Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 146

Quando seu pé foi tocado, Adriana ficou momentaneamente perplexa, segurando com cuidado sua xícara de café.

Ao olhar para baixo, viu um sapato masculino próximo ao lado do seu salto alto. Ela tinha um tamanho comum, 37, nem grande nem pequeno.

Mas naquele momento, em comparação ao sapato dele, o seu parecia uma miniatura, como um brinquedo.

Seguindo o sapato masculino para cima, avistou pernas longas envoltas em uma calça social preta pura, seguindo a prega afiada, que emanava um ar de abstinência.

Adriana mal olhou, presumindo que talvez tenha sido um toque acidental, e conscientemente moveu seu pé.

No entanto, o motorista freou bruscamente, e, impulsionada pela inércia, seu corpo se deslocou - assim como seu pé.

Quando finalmente recobrou o equilíbrio, percebeu que seu sapato havia esfregado várias vezes contra a perna de Jaques, deixando uma marca visível e até levantando ligeiramente a barra da calça dele.

Adriana congelou por um momento. Um olhar profundo e cheio de intenções indiscerníveis veio em sua direção, e ela rapidamente tentou recuar o pé, mas já era tarde.

As pernas de Jaques capturaram o seu pé com firmeza.

Adriana mordeu os lábios, tentando puxar o pé, mas sem querer perturbar os outros dois presentes.

Na diagonal, Eunice se inclinou para o lado, segurando Jaques: "Sr. Jaques, você está bem?"

Jaques lançou um olhar breve para Adriana antes de responder com calma: "Estou bem."

"Que bom! Estou me sentindo um pouco tonta."

Eunice segurou a testa de forma dramática, seu corpo oscilando em direção ao ombro de Jaques, quase encostando o peito no braço dele. A cena era íntima, como se mais ninguém estivesse presente.

Seus lindos olhos piscavam, lançando um olhar vitorioso para Adriana.

Diante disso, Adriana tentou mover o pé novamente.

Inesperadamente, a pressão na perna do homem aumentou, e ela pôde sentir os contornos musculares sob a calça dele com a parte de trás do seu pé.

Ela se sentiu humilhada e virou o rosto com força.

Ele deve achar que humilhar os outros é divertido!

No instante seguinte, Jaques retirou discretamente o braço que Eunice quase abraçava e, com um gesto educado, serviu-lhe uma xícara de café.

"Se está se sentindo tonta, beba um pouco de café."

Jaques abriu ligeiramente a boca, mas uma música abafada no rádio mascarou quaisquer outros sons.

Ele se aproximou do ouvido de Adriana, falando seriamente: "Não gostou deste café?"

Adriana o encarou, confusa, sem entender o que ele queria dizer.

Os dedos dele roçaram suavemente o canto dos lábios dela, deslizando devagar pelo cabelo. Os lábios dele pareciam cada vez mais próximos.

"Está tentando me provocar?"

"Não..."

Adriana mal conseguia falar alto. Sua voz baixa soava presa em sua garganta, rouca e suavemente melodiosa.

O olhar de Jaques se aprofundou, fixando em seus lábios.

Adriana, percebendo a saída iluminada se aproximando, apertou com força a xícara em suas mãos.

Sem ousar fazer qualquer movimento, muito menos falar, ela só conseguiu lançar-lhe um olhar implorando para que ele se afastasse.