Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 176

Adriana foi surpreendida pelo estranho Jaques, o que a fez respirar apressadamente enquanto tentava empurrá-lo para longe.

Mas ele segurou seu pulso com firmeza, acariciando delicadamente uma parte da pele que apresentava um tom diferente.

Era a pele nova que se formara após a queimadura anterior.

"Já está tudo bem agora?" - A voz baixa soou um tanto preguiçosa.

Adriana virou o rosto, não querendo conversar.

Jaques levantou a mão, virando o rosto dela de volta e beliscou de leve.

"Vai conversar direito comigo?"

"Esqueceu, tio? Sou teimosa." - Adriana retrucou, contrariada.

Jaques apoiou as mãos na mesa e inclinou levemente a cabeça para baixo, escondendo um sorriso de diversão.

"Não consigo fazer você me ouvir quando falo sério, mas as bobagens que digo você nunca esquece, não é?"

Seu tom agora era descontraído, quase brincalhão, algo raro vindo dele.

Adriana não sabia o que responder, considerando que momentos antes eles estavam praticamente à beira de uma discussão acalorada.

Ela abaixou os olhos, recusando-se a responder.

Mas Jaques não estava disposto a deixá-la se afastar assim. Aproximou-se mais, deslizando suavemente a ponta dos dedos pelos cantos dos lábios dela, em um gesto quase possessivo.

"Adriana, Lucas..."

Ela não se esquivou, olhando-o nos olhos com um ar de negociação: "Tio, se continuar agindo assim, não hesitarei em contar à imprensa sobre suas 'outras mulheres'."

"O que? Outras mulheres?" - Jaques pausou, olhando-a seriamente.

"Você mandou fazer um vestido sob medida para aquela mulher. Nem mesmo Eunice recebe esse tipo de tratamento. Deve estar realmente ocupado." - Adriana deu um sorriso irônico.

Jaques semicerrou os olhos, estudando-a, entendendo suas intenções.

De repente, sua voz soou fria: "Depois de falar tanto, qual é a sua condição?"

Adriana tinha apenas uma coisa a dizer: "Pare de dificultar a vida do Lucas."

"Você usa isso contra mim, tudo por ele? Adriana, sua audácia é impressionante."

Jaques recuou ligeiramente, com um brilho perigoso dançando em seus olhos.

Três homens vestidos como seguranças o seguiam, mas Adriana nunca os havia visto antes.

Ela observou-os discretamente e notou uma tatuagem nazista visível no pescoço de um deles, algo que os denunciava imediatamente.

Apesar de não ocuparem cargos importantes, os seguranças do campus eram presença constante, e a aparência era considerada crucial.

A universidade não permitiria que tivessem tatuagens do tipo.

E se tivessem, certamente não estariam em uma área exposta como o pescoço.

Pelo que parecia, aquele homem provavelmente tinha tatuagens nazistas que iam do ombro ao braço, algo impossível de esconder durante o verão.

Eles definitivamente não eram seguranças oficiais da universidade.

Jaques também percebeu isso, mas por uma razão diferente: a maneira como caminhavam.

Seus passos eram leves, quase silenciosos.

Não era difícil adivinhar que estavam acostumados a agir furtivamente.

Invadindo o dormitório de uma mulher sozinha. Era impossível não imaginar o pior.