Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 210

Ding.

A porta do elevador se abriu suavemente, revelando um corredor iluminado por luzes suaves. Parada ali, ao lançar um olhar pelas paredes de vidro que se estendiam de ambos os lados, era possível admirar o interior imponente do prédio.

Ao final do corredor, havia uma porta dupla de madeira maciça, desprovida de ornamentos elaborados, mas que transmitia uma aura de autoridade incontestável.

O assistente, com um cuidado quase cerimonioso, empurrou a porta, permitindo que Adriana visse pela primeira vez o vasto escritório de dois andares, ocupando uma área impressionante de duzentos metros quadrados.

Uma ampla parede de vidro oferecia uma visão deslumbrante dos edifícios ao redor.

Enquanto uma elegante escada em espiral levava ao andar superior, que aparentava ser a área privada de Jaques.

Adriana não conseguiu evitar sentir-se impressionada ao ver o chão iluminado pelos raios de sol que atravessavam o vidro translúcido.

Era, de fato, sua primeira vez adentrando ao ambiente profissional de Jaques.

Ao lado, Tomás, que estava sentado diante de uma mesa de reuniões compacta, ergueu-se rapidamente ao ouvir o som da porta.

"Adriana? Por que você subiu até aqui?"

Adriana voltou a si e ergueu a bolsa térmica que trazia consigo: "Trouxe isto para você. Minha mãe mencionou que você tem trabalhado bastante ultimamente, então quis preparar algo especial para garantir que você se alimente bem."

"Você realmente não precisava se incomodar."

Apesar das palavras de protesto, o sorriso genuíno que surgiu no rosto de Tomás enquanto aceitava a bolsa dizia o contrário.

Quando estava prestes a se sentar novamente, ele percebeu que Adriana ainda segurava algo nas mãos.

"O que mais você trouxe?"

"São roupas para devolver ao meu tio. Ontem, ele me viu usando uma roupa fina no frio e me emprestou algo para me aquecer. Aproveitei que já viria entregar a comida e trouxe também."

Enquanto falava, Adriana lançou um olhar ao redor, procurando alguém em particular, mas Jaques não estava à vista.

Notando sua expressão, Tomás explicou: "Jaques teve uma febre alta esta manhã, chegou a 39 graus depois da reunião. Surpreendentemente, ele aguentou até o final."

"Tão alta assim? Ele deveria ir ao hospital." - Adriana apertou a bolsa que segurava e mordeu os lábios.

"Ele se recusou. Apenas pediu para Antônio vir examiná-lo. Agora está no andar de cima, recebendo soro." - Ele apontou para o andar superior.

Tão obstinado?

Adriana hesitou por um instante, sentindo uma estranha complexidade apertar seu coração.

Ela ergueu os olhos para o andar superior, onde havia um pequeno bar visível. Mais ao fundo, provavelmente ficava o quarto, escondido da vista direta.

De qualquer forma, ela não estava ali para ver Jaques.

Afinal, estavam prestes a assinar o contrato. Considerando sua personalidade meticulosa, era improvável que deixasse algo tão importante fora de vista.

Será que estaria...

Adriana olhou para o andar de cima.

Nesse momento, Tomás já havia terminado de comer e se levantou, caminhando até o sofá e abrindo a bolsa que Adriana havia trazido. Dentro, encontrou uma sacola, desta vez contendo medicamentos.

Com um sorriso suave, ele comentou: "Adriana, você veio visitar o Jaques, certo?"

Adriana imediatamente protestou: "Não!"

Tomás pegou a bolsa de medicamentos: "Então o que é isso?"

"..."

"Para ser honesto, a doença dele tem um pouco a ver com você. Talvez seja uma boa ideia se preocupar um pouco. Que tal subir para vê-lo?" - Tomás colocou a bolsa de medicamentos sobre a mão dela.

Adriana apertou a bolsa, ponderando se deveria arriscar.

Ela sabia que não era páreo para Jaques em termos de estratégia e temia que ele percebesse algo.

Enquanto pensava, Evaldo entrou com um pote de caldo em mãos, surpreso ao ver Adriana.