Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 220

A chuva caía suave e persistentemente.

Tomás entrou rapidamente na casa, se deparando imediatamente com a Adriana.

"Tio."

"Você chegou. Por que está parada na porta? Entre e sente-se."

"Tio, eu e minha mãe vimos você indo à capela mais cedo. Aconteceu alguma coisa?" - Adriana perguntou com cautela.

Tomás a observou por um momento antes de suspirar suavemente: "Adriana, se você quer mesmo saber, faça uma visita ao Jaques. Ao encontrá-lo, terá suas respostas."

Havia um aviso sutil em seu olhar.

O coração de Adriana acelerou, e suas pernas fraquejaram, obrigando-a a se apoiar no batente da porta. Seus dedos quase se cravaram na madeira, mas ela parecia alheia à dor.

Depois de pensar por alguns segundos, ela balançou a cabeça:

"Deixa pra lá, não é necessário."

Não importava o que tivesse acontecido na capela ou quão doloroso tivesse sido o processo, seu objetivo já estava alcançado.

Isso bastava para infligir uma perda significativa a Jaques.

Tomás também notou as recentes mudanças em Adriana, confuso: "Adriana, o que está acontecendo com você? Por que sente tanta aversão ao Jaques? Ele não é tão ruim quanto você pensa."

"Tio, por favor, não fale mais sobre isso."

Adriana desviou o olhar, virando-se levemente para o lado.

Com compaixão, Tomás disse: "Jaques não é nenhum tolo. Você realmente acha que ele não percebeu o motivo de você ter aparecido no Grupo Torres de repente?"

As palavras de Tomás a atingiram como um golpe inesperado. Por um breve instante, ela ficou atordoada, com seus dedos torcidos empalidecendo.

Ela teve que admitir que algo estava fora do comum. No dia anterior, tudo tinha fluído bem demais. Até a maneira como Jaques a tratara parecia diferente...

Jaques também havia feito muitas perguntas incomuns.

Perguntara, por exemplo, se ela estava ali apenas para vê-lo.

Pensando nisso, Adriana silenciosamente baixou os olhos, sentindo-se perdida.

Nesse momento, Victoria apareceu carregando uma bandeja de café. Com um olhar firme, fez um gesto em direção ao suporte de guarda-chuvas próximo à entrada:

Seguindo o olhar dela até as manchas de sangue, Evaldo comentou com frieza: "Era isso o que a Sra. Guerreiro queria?"

Adriana mordeu os lábios, sem saber o que dizer.

Como assistente leal de Jaques, Evaldo sempre soubera o que dizer e o que esconder.

Mas desta vez, parecia que suas emoções haviam escapado ao seu controle. Ele deu um passo à frente, bloqueando o caminho de Adriana.

"O Sr. Jaques ajudou a senhora em segredo tantas vezes… por que o traiu?"

"Me ajudou? Ajudando Eunice contra mim, você quer dizer? Ele me fez ceder à sua noiva repetidamente! O que eu fiz de tão errado? Ou eu era apenas um obstáculo conveniente no caminho do amor deles?" - Adriana retrucou.

"Aquilo foi porque…"

"Evaldo." - Uma voz fria soou do segundo andar.

Adriana ajustou o guarda-chuva lentamente, erguendo o olhar. As gotas de chuva desfocavam sua visão, mas ela ainda pôde distinguir a figura de Jaques na janela.

Ele estava sem camisa, o corpo esculpido exibindo um tom pálido sob a luz suave do ambiente. Seus braços descansavam levemente sobre o parapeito da janela, e um cigarro aceso tremulava entre seus dedos.

Embora sua postura fosse firme e imponente, havia algo inquietantemente frágil em sua presença, como se pudesse desaparecer a qualquer momento.