Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 226

Adriana ficou atordoada, mas a razão rapidamente a trouxe de volta à realidade.

Ela e Jaques?

Impossível!

Atualmente, não havia filhos entre eles, nenhuma pressão para casar, muito menos algo que os prendesse.

Só existia o ódio.

E, o mais importante... Eunice não havia fugido grávida.

Um calafrio percorreu a espinha de Adriana, como se tivesse sido abruptamente arrancada do calor sufocante do verão e jogada no frio cortante do inverno. Cada poro de sua pele parecia tremer sob essa lembrança amarga.

Ela apertou os lábios: "Tio, guarde esse tipo de conversa para sua mulher."

"Vou cuidar do seu ferimento. Quando tiver tempo, visite a sua mulher."

Veja seu precioso Leonardo pela última vez.

Talvez ela tenha se tornado insensível.

Quando soube que Eunice queria abortar, além de um breve momento de surpresa, não sentiu pena alguma, muito menos pensou em avisar Jaques.

Se ele tentasse impedir, seria inútil.

Aquele pequeno demônio nunca deveria ter vindo ao mundo. Deveria virar uma poça de sangue e desaparecer pelo ralo.

Ele herdara a pior parte dos modos de Eunice, usando sua frágil saúde como arma para causar problemas constantes a Estela.

Uma vez, ele chegou ao ponto de disparar seu estilingue diretamente nos olhos de Estela. Por sorte, ela se abaixou a tempo e evitou a tragédia.

Depois, ele apenas riu, sem um pingo de arrependimento: "Na televisão, dizem que isso pode estourar os olhos de alguém. Nunca vi acontecer, só queria testar. Por que você se desviou? Que sem graça."

Adriana, protegendo Estela ainda em choque, repreendeu-o.

Ele então bateu de propósito contra uma árvore e caiu no chão chorando, atraindo a atenção de todos.

"Se a tia não gosta de mim, eu e minha mãe vamos embora. Não me bata, por favor! Só tenho esse estilingue. Não quero dar para Estela... Já dei meu pai para ela... O que mais você quer?"

Todos culparam Adriana e Estela. Estela, ainda paralisada de medo, sequer conseguia chorar, parecendo a culpada diante dos olhos dos outros.

Então... por que trazer ao mundo um demônio como aquele?

Depois que Adriana disse a Jaques para procurar sua mulher, a expressão nos olhos profundos dele se tornou ainda mais impenetrável, como um redemoinho obscuro prestes a engoli-la.

Ela tomou um gole do café quente - seu favorito - e notou que Jaques acertara na intensidade, aquecendo-a de dentro para fora.

Ela olhou para Jaques cautelosamente e perguntou: "Tio... e quanto ao Lucas...?"

Jaques girou lentamente seu anel de rubi, com um frio mortal em seus olhos: "Pode deixar a parceria com ele, mas será que ele vai conseguir manter?"

O rosto de Adriana ficou ainda mais pálido, mas suas mãos tremeram segurando a xícara.

"Você sabia de tudo! Por isso me deixou passar a mensagem! Você me usou para atacar o Lucas!"

O silêncio de Jaques foi tão eloquente quanto uma confissão.

Adriana se levantou bruscamente, a xícara caiu no chão e quebrou, cortando sua canela, mas ela não sentiu dor.

"Todos vocês estavam apenas me usando! Me viu esforçar, lutar, aproximar de você... Acha isso divertido? Qual é a diferença entre você e o Lucas?"

Naquele jogo de poder, ela não era mais do que uma peça descartável.

"Não..."

Jaques começou a falar, mas foi interrompido pelo toque estridente do celular.