Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 250

A bolsa de Adriana ainda guardava o relógio que Jaques havia esquecido.

Ela não conseguia entender por que ele tinha feito aquilo.

Enquanto tentava decifrar o enigma, Eunice ergueu o pulso com naturalidade, exibindo para todos ao redor.

O pulso esguio estava adornado por um relógio largo, completamente cravejado de diamantes, com rubis incrustados a cada intervalo da pulseira. Até o mostrador era feito de rubis e diamantes, formando um espetáculo deslumbrante.

À primeira vista, parecia que uma constelação inteira repousava em seu pulso, tornando difícil distinguir os números no mostrador.

Era como se uma faixa prateada e reluzente estivesse amarrada delicadamente em seu braço.

Aqueles que entendiam do assunto reconheciam que o relógio de Eunice era uma raridade de leilão, quase impossível de encontrar.

E, sem dúvida, extremamente caro.

Uma colega, apoiando o braço de Eunice, perguntou: "Esse relógio parece uma peça antiga de valor inestimável. Combina perfeitamente com você. O Sr. Jaques realmente fez um grande esforço. Deve ter custado uma fortuna, não?"

Eunice retirou a mão suavemente, deixando um sorriso triunfante se formar em seus lábios enquanto lançava um olhar demorado para o pulso de Adriana.

"Há coisas que o dinheiro não compra. Eu gostei deste, e o Sr. Jaques não se importou com o preço. Na verdade, ele mencionou que queria me dar um relógio feminino parecido com o dele, mas eu não achei tão bonito. Então, ele foi até um leilão especial e escolheu este para mim."

A mensagem era clara: Jaques a amava profundamente, a ponto de fazer loucuras.

Mesmo depois de sua recusa em usar algo similar ao relógio dele, ele não hesitou em gastar uma fortuna para encontrar algo que combinasse com seu gosto refinado.

Essa insinuação era suficiente para fazer algumas pessoas ficarem com inveja a ponto de perderem o controle.

Jaques era cobiçado por muitas mulheres, mas não lhes dava a menor atenção.

Em segredo, sua devoção pertencia inteiramente a Eunice.

Depois de um olhar meticulosamente calculado ao redor, Eunice fez questão de fixar seus olhos em Adriana.

Com os dedos frios e tensos, Adriana torcia nervosamente a alça da bolsa.

Mais uma vez, Jaques havia escolhido Eunice.

Essa constatação a arrastou para uma lembrança amarga.

Em outra vida, após noites repletas de loucura e paixão, Jaques sempre deixava algumas joias para ela. Eram sempre peças que Eunice não queria ou tinha descartado sem cerimônia.

Uma humilhação silenciosa e repetida.

Adriana apertou o papel entre os dedos até rasgá-lo, mas logo recompôs-se, amassando os restos e jogando-os no lixo.

"Você, como noiva dele, não sabe? Eu, que sou apenas uma estranha, saberia?"

As colegas também entraram na brincadeira: "Exatamente! Nunca vimos a Adriana usar relógio algum. Como ela saberia? Talvez devêssemos ajudá-la a decidir."

Era uma oportunidade perfeita para bajular, e claro, ninguém deixou a chance escapar.

Mas isso também salvou Adriana.

Eunice assentiu e se virou para as colegas: "Ok, então conto com a ajuda de vocês."

Depois de algum tempo de trabalho, a pressão interna tornou-se insuportável para Adriana. Fingindo precisar de café, escapou para a copa.

Ela se apoiou na mesa, respirando fundo.

Quando Eunice mencionara incrustar um nome no relógio masculino, Adriana soube que aquilo era uma provocação calculada.

Como ela havia se revelado?