Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 275

"Vamos entrar para conversar."

"Não é necessário, não temos nada para conversar." - Adriana o encarava com firmeza, sem desviar o olhar.

O fogo nas pontas dos dedos de Jaques soltavam ao chão.

Acompanhado pelo som suave de seus passos, sua figura se tornava gradualmente mais nítida, mas ele ainda não havia emergido completamente da penumbra.

Estava parado na fronteira entre a luz e a sombra, com o jogo de luzes destacando seus contornos profundos e atraentes, sua beleza era tão impactante que tirava o fôlego. Ele levantou levemente o olhar, seus olhos escuros como os de uma fera à espreita, pronta para atacar a presa a qualquer momento.

Adriana, por mais forte que fosse, sentiu uma leve dificuldade em engolir em seco sob o olhar penetrante dele.

Jaques levantou a mão e olhou o relógio: "Em alguns minutos, sua vizinha estará de volta do trabalho. Você tem certeza de que quer discutir nosso assunto aqui?"

"Como você sabe disso?" - Adriana perguntou, surpresa.

"Quando eu quero saber de algo, eu simplesmente obtenho." - Jaques respondeu, com uma calma inquietante.

Enquanto conversavam, o elevador começou a descer, como se alguém no térreo tivesse chamado. O coração de Adriana disparou.

Sua vizinha ao lado era uma executiva que quase sempre voltava do trabalho naquele horário.

Elas não se viam muito, apenas se cumprimentavam ocasionalmente pela manhã.

O único problema para Adriana era... a curiosidade da executiva.

Ela adorava bisbilhotar a vida alheia.

Na última vez em que um mosquito mordeu o pescoço de Adriana, a vizinha notou e não parou de fazer perguntas sobre quem seria o namorado dela.

Ela chegou até a perguntar no grupo dos moradores.

Se Jaques fosse visto por ela, ele certamente seria o assunto do dia no grupo no dia seguinte.

Os números do elevador subiram rapidamente, causando uma sensação de que sua vizinha estava se aproximando.

No fim, Jaques tinha a situação sob controle. Ela olhou para ele com os dentes cerrados e, em pânico, abriu a porta do apartamento.

Ele sussurrou em seu ouvido, com uma voz baixa e carregada de autoridade: "E o cachecol?"

"Pode ter ficado no salão de festas, ou ter sido jogado no lixo. Alguém pode ter pegado também. Eu não sei." - Adriana falou com desdém.

Como se não tivesse a menor preocupação com os objetos dele.

O homem atrás dela se aproximou ainda mais, projetando na porta a sombra de seus corpos entrelaçados.

Logo, o pescoço de Adriana se endureceu, e ela sentiu vividamente o toque quente e ameaçador dos dedos dele. Como se, no próximo segundo, seu pescoço pudesse ser perfurado.

"Onde está o cachecol?"

"Não sei... Ah."

Jaques parecia satisfeito com a resposta dela, pressionando-se contra seu pescoço de maneira ameaçadora.

Adriana estava pressionada contra a porta, que tremia levemente sob o peso da tensão, enquanto, do outro lado, sua vizinha...