Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 32

"Não é que ela e Nereu sejam diferentes, é que eu e ela somos diferentes. Ela é pura e nobre, a sua mulher, enquanto eu não sou nada. Então, eu não deveria discutir com a Eunice, não deveria resistir, não deveria me defender. Eu deveria simplesmente aceitar meu destino, me entregar, admitir que estava errada, certo?"

"Tio, você já pensou nas consequências do que está me pedindo?"

"Vocês vão me deixar em paz?"

"Então, o que eu deveria fazer? Morrer?"

Adriana continuou, com as palavras afiadas como facas, mas ao terminar, uma risada amarga escapou de seus lábios.

Ela balançou a mão ferida em direção a Jaques e completou: "Faltou pouco para cortar o nervo, tio. Você deve estar decepcionado, não? Se eu ficasse incapaz de usar minha mão, então a sua Eunice seria a única representante da universidade na competição. Então, a opinião pública na internet diria que eu fui a vilã, que eu colhi o que plantei, e o patriarca conseguiria me expulsar, enquanto a sua Eunice continuaria sendo a deusa intocável."

"Vocês nunca se importaram com o que eu digo ou faço, só se importam com o resultado que querem."

"Por que apenas fingir que isso é sobre alguma punição?"

"Nereu já prejudicou tantas pessoas secretamente. Ele não merecia ser punido? Mas você me obrigou a fazer um acordo com ele. Eu não fiz nada, e você diz que eu devo ser punida? Por quê? Me diga por quê!"

"Porque a Eunice se sentiu ofendida!"

Adriana olhava para Jaques com os olhos queimando de raiva, encarando-o sem desviar o olhar.

Jaques permaneceu imóvel, sem dizer uma palavra, frio como se não tivesse qualquer relação com a situação.

De repente, Adriana sentiu um cansaço profundo.

"Pode ir, cuide bem da sua Eunice. Nós realmente não temos mais nada a ver um com o outro."

Jaques abaixou seus olhos escuros, com uma expressão que misturava luz e sombras, como se refletisse uma emoção complexa, mas logo seu rosto se tornou frio e ameaçador novamente.

"Terminou? Já que você não quer se submeter, então reflita bem aqui."

Com essas palavras, ele se levantou indiferente e ajeitou o terno.

Adriana estava sob a sombra imponente dele, sem conseguir ver nenhuma luz à sua frente. Ela levantou o olhar e fixou Jaques, com seus olhos já cheios de lágrimas prestes a transbordar.

Ele se virou ligeiramente, engoliu em seco e, sem hesitar, foi embora.

Observando a porta que se fechava, Adriana imediatamente levantou a cabeça, mas ainda assim não conseguiu reprimir as suas lágrimas.