Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 322

Distúrbios mentais?

Ao ouvir essas palavras, Adriana, que já havia acordado, decidiu fingir que ainda estava dormindo.

Antônio não poderia ter sido assustado por sua anterior encenação de loucura, poderia?

Como ela poderia não saber se já havia se submetido a um tratamento psicológico?

Ela nunca havia consultado um psicólogo.

Mas ela estava curiosa para ouvir o que mais Antônio poderia dizer.

No quarto do hospital, o olhar de Jaques se tornou sombrio, como se coberto por nuvens escuras.

"Ela não tem. Se tivesse, com a personalidade da mãe dela, não teria conseguido esconder isso do meu irmão."

"Isso é estranho." - Antônio esfregou o queixo, pensativo: "Depois do incidente com Nereu Figueira, quando ela teve aquela reação psicológica e depois ficou cega devido ao estresse, eu soube que algo estava errado. Conversei sobre os sintomas dela com um amigo, e a conclusão dele foi que ela provavelmente passou por algum tipo de tratamento antes, o que permitiria que ela se ajustasse, mesmo sob estresse, com base em sua própria vontade."

"O que você quer dizer com isso?" - Jaques franzia a testa.

"Quero dizer... Talvez Nereu não tenha sido a causa da reação de estresse dela, mas talvez ele tenha ativado acidentalmente algum gatilho dentro dela, o que causou uma reação tão intensa."

"Impossível." - Jaques refutou.

Sim, impossível.

Nas lembranças de Adriana, ela nunca havia tido um transtorno mental.

Sua única reação de estresse foi a tentativa de autolesão.

Mas aquilo foi devido à morte de Estela, e ela nunca havia se submetido a tratamento para isso.

Antônio refletiu: "Meu amigo é especialista na área, por isso ele normalmente não se enganaria. De qualquer forma, precisamos evitar que ela se estresse novamente."

"Entendi."

"Vou indo primeiro."

Com o som dos passos de Antônio se afastando, Adriana sentiu um olhar sobre ela.

Era um olhar profundo e enigmático que fez seu coração bater mais rápido.

Felizmente, ela tinha experiência em fingir dormir, por isso desta vez ela não seria descoberta.

Enquanto ela se sentia aliviada, a mão quente do homem tocou sua bochecha, deslizando lentamente e enrolando-se em seus cabelos.

Os fios macios acariciavam sua bochecha conforme ele movia a mão.

Ela tentou segurar a respiração, mas não conseguiu escapar.

Adriana estava fria e distante, evitando olhá-lo.

Jaques de repente ficou mais sério: "Você estava procurando pelo Antônio naquela hora?"

Adriana assentiu, desta vez não se dando ao trabalho de responder verbalmente.

"Então você tinha coisas para falar com ele? Já que foi especialmente procurá-lo..."

"..."

Adriana achou a situação absurda. De repente, levantou os olhos e percebeu que o homem que estava ao lado da cama agora estava sentado nela.

Ela se assustou, recuando, mas ele a segurou pela cintura, puxando-a para perto.

"Por que parou de falar?" - Jaques estreitou os olhos.

Adriana tentou se libertar de seu braço, mas não era páreo para sua força, respondendo com um tom irritado: "Ele é bom. Sabe cuidar das pessoas, é atencioso, bonito, tem um bom emprego... Homens assim são raros."

A cada palavra de Adriana, a expressão de Jaques se tornava mais sombria, e seu olhar sobre ela, mais intenso.

"Continue."

Adriana sentiu um medo inexplicável sob seu olhar, mas seu rosto manteve um sorriso feliz: "De qualquer forma, um homem como Antônio, as mulheres provavelmente se interessariam."