Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 37

A calma de Adriana surpreendeu a todos.

Aquela que, até pouco tempo atrás, era vista como a mais marginal da Família Torres, não se mostrava mais tímida nem falava de cabeça baixa.

Ela estava de pé, firme no palco, defendendo a si mesma com uma postura inabalável.

Seu olhar, claro e intenso, passou por Jaques com uma expressão indiferente e perigosa, sem demonstrar sinais de fraqueza.

Quando as coisas começaram a virar, todas as câmeras voltaram para o Sr. Pessoa e a Eunice.

O Sr. Pessoa, agora visivelmente inseguro, olhou instintivamente para Eunice.

Ela franzia o cenho, lançando-lhe um olhar de reprovação.

Sr. Pessoa, tentando se manter firme, replicou em alta voz: "Sra. Guerreiro, você não pode nos acusar, nem a mim nem à Sra. Amaral, apenas porque fiz algumas perguntas, pode?"

Eunice, com os olhos avermelhados, disse: "Adriana, eu sei que o fato de a universidade ter lutado por uma vaga para mim na competição te irritou. Eu só queria um pedido de desculpas. Já falei com a polícia sobre um acordo, e se você insistir nisso, então eu desisto. Só peço que não cause mais problemas, isso está colocando a Família Torres e o Sr. Jaques em uma posição difícil."

Retirar-se para avançar sempre foi a tática favorita de Eunice.

Com seu rosto doce e sua beleza imbatível, ela sempre soubera despertar o instinto de proteção das pessoas ao seu redor.

As pessoas observavam Eunice com admiração.

Ela se inclinou ligeiramente em direção a Jaques, com um ar de injustiçada, dizendo: "Sr. Jaques, não se preocupe. Acredito que a Adriana só queria me vencer a todo custo."

Ao ouvir isso, Jaques olhou para Adriana, mas sua expressão permaneceu fria e impassível.

Adriana já estava acostumada com sua frieza. Ela o encarou com calma, sem se intimidar.

Ela deu dois passos à frente do palco e, com um tom desafiador, perguntou: "Então, o Sr. Pessoa e a Sra. Amaral afirmam que não se conhecem e nunca se viram?"

O Sr. Pessoa, tentando manter as aparências, afirmou com uma expressão cínica: "Claro, uma mulher tão bonita e elegante como a Sra. Amaral... Se eu a tivesse visto, com certeza me lembraria."

Sem dar chance para ninguém, Adriana rapidamente reproduziu as imagens de vigilância na tela.

Mostrava claramente os dois entrando na área VIP da loja de luxo, conversando alegremente, como se tivessem alcançado algum acordo, e se separando com sorrisos.

Adriana olhou para o Sr. Pessoa com ironia: "Sr. Pessoa, essa é a sua falha. Você disse que não conhecia a Sra. Amaral… Será porque ela não era bonita ou elegante o suficiente?"

O Sr. Pessoa ficou paralisado, com sua boca ágil abrindo e fechando sem conseguir encontrar nenhuma desculpa ou resposta convincente.

A imagem era incrivelmente nítida, e Adriana, com uma astúcia digna de nota, não ativou o áudio. Isso lhe dava um trunfo estratégico.

Se ele insistisse em sua versão, o áudio poderia ser revelado a qualquer momento, e com isso sua credibilidade seria destruída, boicotada pela própria indústria que ele tentava manipular.

Eunice, que também percebia o peso dessa carta na manga, sentiu-se igualmente pressionada.

O áudio, que poderia ser ativado a qualquer momento, era como uma guilhotina sobre sua cabeça, impedindo-a de agir precipitadamente.