Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 379

Antônio se levantou.

"De jeito nenhum! Você acabou de se recuperar e mal descansou desde que voltou de Miorono. Como seu corpo vai lidar com isso?"

"Volte para casa. Eu já troquei de turno para a noite, vou ficar de olho para você. Além disso, não é como se você não tivesse pessoas vigiando em segredo?"

Ao dizer isso, ele deu um leve empurrão em Jaques.

Jaques massageou a testa, murmurou um som de concordância e saiu do escritório.

...

No meio da noite.

Jaques estava sentado em sua biblioteca, com as mãos nos braços da cadeira, a ponta do cigarro entre os dedos se consumindo lentamente, a fumaça escondendo completamente sua expressão.

No celular sobre a mesa, uma gravação que ele havia obtido de Luciana foi reproduzida.

"... Ah, então você estava sonhando secretamente em se casar com o Sr. Jaques! E você até queria ter uma família! Você queria uma filha ou um filho?"

"Uma filha."

"Uma filha..."

"Filha..."

Quando ele ouviu essa gravação pela primeira vez, algo inexplicavelmente doloroso apertou o coração de Jaques.

Mesmo agora, depois de ouvi-lo várias vezes, a sensação persistiu.

Ao ouvir a voz delicada e carinhosa de Adriana, ele fechou os olhos.

Aos poucos, ao adormecer, ele, que raramente sonhava, viu-se em frente a uma casa estranhamente familiar.

De repente, a figura de uma menina atravessou o jardim.

Ele imediatamente a perseguiu, mas, por mais que tentasse, não conseguia alcançá-la.

A figura da garota desapareceu, mas sua risada ressoou pela casa.

Tão inocente e pura.

Jaques perguntou instintivamente: "Quem é você?"

"Sou eu." - A figura da garota apareceu abruptamente na frente dele, caminhando lentamente em direção à casa: "Você me odeia tanto assim? Por que não me reconhece?"

"Quem é você, afinal?"

Fora do sonho, Jaques cerrou as mãos, com o cigarro sendo esmagado em sua palma, mas estava tão ansioso para ver o rosto da garota que se recusou a abrir os olhos.

No sonho, a garota parou embaixo da varanda.

"Por que, depois que eu morri, você ainda não consegue tratar minha mamãe com carinho?"

Não sabia quanto tempo se passou, mas Antônio, que acabara de sair do quarto de Adriana, deu um grande bocejo.

Ela estava se preparando para voltar ao escritório e tirar um cochilo quando, de repente, recebeu uma mensagem de Jaques.

"Como era a menina dos seus sonhos?"

"Amigo, já faz muito tempo. Mas falando nisso, é estranho, porque faz tempo que não sonho com ela." - respondeu Antônio.

"Era parecida com essa garota?"

Jaques enviou uma foto de Adriana quando criança.

Antônio expressou sua admiração: "Uau, que linda! Ela parece uma boneca!"

"É mesmo?" - Jaques claramente perdeu a paciência.

Antônio ampliou a imagem para ver melhor.

"Parece, mas não é ela. É como se fosse um meio-termo."

"Como assim um meio-termo?"

"O outro termo seria o seu rosto de quando você era criança." - Antônio respondeu muito sério.

"..."