Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 457

Bernardo notou que ela não havia mudado a maneira como o chamava, então ele entendeu que ela queria manter distância, mas não pôde deixar de ficar curioso sobre ela.

Ao se aproximar um pouco mais, ele sentiu o cheiro de café que vinha dela, suave, mas agradável.

Adriana, percebendo que ele estava demorando a responder, virou-se lentamente para descobrir que eles estavam muito próximos.

Ela se afastou rapidamente, lembrando-o: "Diretor Alves?"

Bernardo voltou a si, com seus olhos escuros percorrendo o rosto dela enquanto ele se controlava: "É claro."

Adriana assentiu e aumentou a distância entre eles.

Quando estavam prestes a chegar ao restaurante, o celular de Bernardo tocou, mostrando que era uma ligação de Clarice.

"O que foi? Você sempre foi tão distraída..." - Bernardo fez uma pausa, olhando rapidamente para Adriana: "Estou ocupado agora."

Talvez pelo fato de o carro estar tão silencioso, Adriana conseguia ouvir claramente a voz de Clarice do outro lado da linha.

"Irmão, você está com a Adriana, não está?"

"Sim." - Bernardo admitiu sem rodeios.

Adriana, um pouco envergonhada, apertou os dedos para acalmar sua ansiedade.

Na verdade, esse era um problema psicológico que ela vinha carregando há muito tempo.

Oito anos de infelicidade em sua vida anterior, somados à vida cuidadosa na Família Torres e à opressão de Cesário.

Ela passou a acreditar que ninguém gostaria de ficar perto dela.

Bernardo se virou e lhe deu um olhar tranquilizador.

Adriana mordeu os lábios, ouvindo Clarice dizer com entusiasmo: "Fiz uma comida deliciosa hoje. Traga a Adriana e venha jantar conosco."

"Não vamos atrapalhar o momento que você e o Sr. Jaques tiverem juntos." - Bernardo recusou.

"O Sr. Jaques já concordou. Você pode trazer minhas coisas para mim? Dentro, estão todas as minhas preciosidades. Se eu não as vir, vou ficar muito triste." - disse Clarice, maliciosamente.

Bernardo, sem escolha, respondeu: "Tudo bem, mas e a Adriana..."

"Estarei esperando por vocês."

Antes que Bernardo pudesse terminar sua frase, Clarice desligou o telefone.

Os passos alegres de Clarice podiam ser ouvidos do lado de dentro.

Ela abriu a porta e espiou para fora: "Vocês chegaram! Entrem logo, estou com a panela no fogo ainda."

A porta estava aberta e Clarice vestia roupas confortáveis e um avental rosa, segurando uma espátula na outra mão.

Ao entrarem, ela abriu rapidamente o armário de sapatos e tirou os chinelos para os convidados, colocando-os na frente de Adriana e Bernardo.

Adriana olhou para baixo, vendo os sapatos colocados lado a lado, e parou por um momento.

"Adriana, o que há de errado? Não servem? Comprei na pressa e nem vi o tamanho. O Sr. Jaques não tem nada aqui, parece que vou ter muito o que fazer."

Clarice parecia estar reclamando, mas sua voz transbordava de felicidade.

Adriana balançou a cabeça: "Eles servem, obrigada."

Depois de trocar os sapatos, ela olhou para cima e viu uma figura se aproximando lentamente, parando ao lado de Clarice.

Havia apenas alguns passos entre eles, mas era um abismo intransponível.

Ela disse baixinho: "Tio."