Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 808

Antônio fez uma pausa e continuou:

"Embora Plácido não fale muito, eu percebia que ele estava me testando o tempo todo. Primeiro, disse diretamente quem eu era; depois, perguntou minha opinião sobre o laudo; por fim, mostrou aquelas fotos da Adriana, da filha e do marido. Não sei qual era o verdadeiro objetivo dele, então fingi que não percebi nada e fui embora.

Jaques girava o anel no dedo, a voz fria:

"Ele não queria apenas testar suas habilidades médicas. O que ele mais queria era que você passasse a história das fotos para quem levou Estela e Adriana.

Antônio assentiu, mas de repente percebeu algo estranho.

"Espera aí… Ele me viu pela primeira vez e já sabia que eu não era o cara que levou a Adriana e a filha? Ficou me menosprezando? Logo eu, que quando vi as fotos, ainda me esforcei para parecer meio frio, meio irritado.

"Isso mostra que ele já sabia que fui eu que levei Adriana e Estela "Jaques afirmou com convicção.

"E como ele descobriu isso? "Antônio perguntou, desconfiado.

Os passos de Jaques sempre eram organizados por alguém de confiança. Se alguém desconfiasse de alguma coisa, eles avisavam imediatamente para ele mudar de lugar.

Os paparazzi lá embaixo estavam atrás da Adriana e do Bernardo, nem faziam ideia de que Jaques também estava ali.

Então, como Plácido soube disso?

Enquanto conversavam, Evaldo trouxe o dossiê sobre Plácido.

"Não tem nada demais "explicou Evaldo —, estudioso, todo mundo fala bem dele, teve um namoro na faculdade que não foi pra frente, depois voltou pra trabalhar em Salvador. A vida dele é simples, se dá bem com pacientes e colegas. Tem até reconhecimento do hospital e recebeu elogios.

Evaldo apontou para a última página.

Jaques folheou e parou na avaliação anual dos colegas.

"Checa essa pessoa aqui.

Curioso, Antônio se aproximou:

"Magna Barreto… Já ouvi esse nome em algum lugar. Por que você quer investigar ela?

"Você costuma escrever esse tanto de adjetivo diferente quando faz avaliação dos seus colegas?

"No fim do ano, essas avaliações me dão nos nervos. Se eu não xingar já é muito, imagina ficar inventando adjetivo! "Antônio resmungou.

Jaques ergueu a sobrancelha, encarando-o.

É, era exatamente aquele ressentimento de quem trabalha.

Antônio espiou a avaliação:

""Um médico que é como uma brisa suave…" Brisa? Quando a gente tá no corre, quem não grita? Brisa suave nada, parece mais um vendaval. A letra é de mulher.

Evaldo pegou o dossiê:

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