Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 87

Ela não culpava a Marsha.

"Lucas, o tempo tem mudado muito ultimamente, e a saúde da Sra. Marsha não está das melhores. Você deveria ir ver como ela está."

Adriana já tinha até pensado em uma desculpa.

Lucas olhou para ela com um sorriso amargo: "Então, eu estou indo."

"Até mais."

Depois de se despedir de Lucas, Adriana sentiu um gosto amargo invadir sua boca.

A ressaca, combinada com o sabor doce do bolinho de chuva, quase a fez desmaiar de tanto mal-estar.

Embora tivesse trocado para o uniforme de paciente, o cheiro do caldo sob a mesa se tornava insuportável com o passar do tempo.

Felizmente, ela já tinha estado naquele hospital antes e conhecia bem seu o layout.

Adriana saiu lentamente da cama e, após alguns passos, encontrou a porta do armário. Abriu e pegou as roupas que Victoria havia trazido para ela.

Depois, seguiu em direção ao banheiro.

Abriu o chuveiro, alisou os cabelos e se inclinou para lavá-los primeiro.

Mas isso se provou ser mais difícil do que imaginava.

Quando esticou a mão para pegar o chuveiro, um braço passou por trás dela e o tirou de suas mãos.

Adriana, alerta, endireitou-se de repente. De tão nervosa, sua cabeça quase bateu na pia, mas foi prontamente interceptada pela mão quente de alguém.

A voz do homem era fria e baixa: "Por que não chamou alguém?"

Adriana mordeu os lábios, sem dar uma resposta.

Jaques a observou, com o olhar se escurecendo ao encarar seu rosto teimoso.

"Deixa comigo."

Ele estendeu a mão para ajudar a Adriana.

"Não!" - Adriana afastou a mão dele, tentando manter a calma: "Tio, é melhor ir cuidar da Eunice."

No instante seguinte, Jaques se aproximou mais. Sua mão grande segurou sua cintura com firmeza, dizendo em voz baixa: "Você acha que pode fugir?"

Instintivamente, Adriana tentou afastar o braço dele, mas ele a puxou com mais força, prendendo-a contra seu peito.

E a mão que estava em suas costas começou a subir suavemente até alcançar sua espinha, como se fosse nada.

Adriana estava furiosa. Como ele ousava manipulá-la dessa maneira?

Ele achava divertido brincar com ela?

No entanto, justo quando ela estava prestes a desabar, sentiu uma sensação estranha no topo da cabeça. O pente começou a desembaraçar seus cabelos, deslizando com cuidado pelo couro cabeludo, desfazendo os nós.

Adriana congelou.

Após um momento, Jaques a virou, pressionando levemente suas costas.

Ele nunca faria isso.

Enquanto ela se perdia em seus pensamentos, o som da água parou, e um par de mãos começou a massagear o shampoo em seu cabelo.

As pontas dos dedos tocaram seu couro cabeludo, causando uma sensação de formigamento.

De repente, suas mãos tocaram o lugar onde seu cabelo havia sido puxado por aqueles homens.

"Ah... dói..."

Jaques afastou os fios de cabelo, vendo que o couro cabeludo estava vermelho e inchado.

Seu rosto escureceu, descontente: "Agora você sabe o que é dor?"

Adriana imediatamente mordeu os lábios e manteve-se em silêncio.

Jaques se inclinou, observando suas narinas trêmulas. Como ele nunca havia notado antes o quanto ela era teimosa?

De repente, o banheiro ficou silencioso, exceto pelo som da água corrente.

Após lavar o cabelo, Adriana não suportou mais aquela atmosfera estranha. Sem sequer secar os cabelos, pediu para que ele saísse.

"Tio, eu preciso tomar um banho agora. Por favor, saia."

"Eu não tenho interesse em cegos..."

Jaques não terminou sua frase, com seu olhar se tornando intenso e indissolúvel.