Segundo Casamento，CEO só me quer? romance Capítulo 1027

Andrea curvou os lábios num sorriso, esperando exatamente por essa deixa.

"Ela? Como poderia se comparar com as duas primas? Mas também, provavelmente não deve haver muita interação entre elas, visto que as primas têm um status tão elevado, como notariam a presença dela?"

"Não se esqueça do RM, né? Ela fez com que a reputação dele caísse aqui no país, e isso já chamou a atenção delas, senão nem teriam me mandado de volta."

Andrea continuou, "Essa mulher tem uma habilidade incrível para relações públicas. Na mesma tarde em que o RM foi lá pra propor uma parceria, ela recusou e imediatamente fez uma coletiva de imprensa com uma desculpa toda bonitinha, colocando o RM num pedestal e, de quebra, cortando qualquer chance dele de retrucar. Já dei um toque pra prima Lila, e ela disse que, por enquanto, não dá pra pegar no pé dela... O atrito entre o RM e a Seleção Internacional, ela desfez com a maior facilidade..."

"Atrito?" Iris percebeu a ênfase que Andrea deu à palavra e, com um brilho nos olhos, soltou uma risada de escárnio.

"Coisa mais simples."

Andrea observou a expressão sinistra de Iris e esboçou um meio sorriso, sem mais palavras.

No camarote, o caldinho logo foi servido, e o clima entre eles estava meio abalado depois do encontro com aquelas pessoas.

A conversa estava mais escassa do que o habitual. Janete Ferreira, que raramente se misturava, antes, ficava quietinha num canto, e quando falava, era capaz de acabar com qualquer papo. Nunca tinha sido a alma da festa.

Nesse momento, ela parecia meio perdida.

Selena mergulhou a carne na panela fervente sem se abalar, "Adelina, qual é a dessa Iris?"

A voz soava indiferente, sem mostrar emoção, como se apenas satisfizesse uma curiosidade.

Adelina mirou a panela que exalava vapor, com um olhar um pouco sombrio.

Depois de um tempo, finalmente falou:

"...Iris era minha única amiga na faculdade. Por conta dessa marca de nascença, nunca tive muitos amigos. Ela foi a única que se aproximou sem se importar. E o mais importante, ela também amava design de moda. A gente passava horas juntas criando, e às vezes mostrávamos nossos melhores trabalhos uma pra outra, trocando experiências... chegamos a sonhar em criar uma marca juntas. Mas ela... Ela pegou uma criação nossa e submeteu ao concurso de design em nome dela, ganhando o prêmio... A partir daí, muitas oportunidades caíram no colo dela..."

E até hoje, subindo como um foguete, se gabando na minha cara...

"Por que você não a desmascarou na época?"

Adelina deu um sorriso amargo, "Ela copiou do original, destruiu o original, apagou qualquer evidência do processo criativo. Tudo estava com a letra dela, quem acreditaria só na minha palavra?"

Janete Ferreira abriu a boca em choque, murmurando, "Nossa, sua história é bem parecida com a minha."

Selena esboçou um sorriso maroto, "Quem sente injustiça tem mais motivos pra lutar."

Todos se calaram.

É, eles conheciam bem o gosto do desprezo e da humilhação, e estavam determinados a trabalhar duro até fazer todos que os subestimaram se arrependerem.

"Vocês, tentem ficar ligados nos próximos dias, essas pessoas de hoje saíram daqui bem queimados, nunca se sabe do que somos capazes."

"Tá ligado."

Janete Ferreira ainda perguntou, "Pode rolar algo sério?"

Selena deu de ombros, "Vai saber?"

Depois, terminaram o caldinho, pagaram a conta junto com a pulseira da garçom.

Eles mal tinham saído do restaurante quando se assustaram com o homem encostado no carro à porta.

No instante em que ele os viu, ergueu-se, avançando com passos largos.

Trazendo consigo o vento gelado, aproximou-se com uma expressão sombria que fez todos se encolherem.

Selena parou por um segundo e, então, virou-se para sair apressadamente em outra direção.

O braço de Selena foi agarrado repentinamente, ela tentou se soltar, mas o homem não deu ouvidos e a carregou em seus ombros sem mais delongas.

Ela arregalou os olhos, chacoalhando as pernas no ar.

"Você... me coloque no chão!"

David se fez de surdo!

Era a primeira vez na vida de Selena que alguém a carregava naquela posição vergonhosa, e ela sentiu uma mistura de vergonha e impotência.