Segundo Casamento，CEO só me quer? romance Capítulo 1142

Ela agarrou a mão de Alicia, observando-a com atenção. Três das cinco unhas estavam brutalmente cortadas, o sangue borbulhava dos leitos das unhas.

Octavio fixou o olhar naquela mão ferida. Seus olhos negros e frios encolheram involuntariamente ao ver o sangue se formar, e suas mãos apertaram o volante com mais força.

"Octavio, todo mundo sabe que você é generoso e cavalheiro com as mulheres ao seu redor. Por que é tão duro justamente com a que dividiu a cama contigo por mais de três anos?", ela questionou.

Selena olhou para o homem de terno fino, cuja presença imponente não se abalava nem mesmo com a roupa amarrotada, sentindo-se irritada.

Antes, ela apenas pensava que Octavio era um falso nobre, mas agora via que ele era de fato um verdadeiro canalha!

E o pior é que não havia ninguém que pudesse domar aquele homem!

A escuridão nos olhos de Octavio parecia querer transbordar. Sua voz continha um frio que não podia ser escondido, "Solte-a."

Selena sentiu uma pulsação em sua têmpora, sua voz esfriou, "Octavio..."

Mas antes que pudesse terminar a frase, Octavio se esticou, afastou a mão de Selena de Alicia com um gesto e fechou a porta do carro. No segundo seguinte, o veículo disparou.

Selena recuou um passo, observando o carro se afastar rapidamente, seu rosto gelado pela situação.

Quando o carro saiu da garagem, Alicia se encolheu o máximo que pôde, olhando fixamente as paisagens da cidade que passavam pela janela.

Seus olhos bonitos estavam abertos, piscando raramente.

"Coloque o cinto de segurança."

A voz grave e fria de Octavio soou de repente no interior do carro, fazendo com que ela tremesse violentamente.

O rosto de Octavio endureceu ainda mais.

Levou alguns segundos para Alicia reagir. Ela se sentou direito e, em silêncio, estendeu a mão para puxar o cinto de segurança.

O carro parou de repente, e mesmo tendo desacelerado antes, Alicia foi jogada para frente.

Um braço longo se estendeu, a mão apoiando sua testa, empurrando-a de volta ao assento.

Até um gesto de carinho era feito com brusquidão.

Alicia segurou o cinto de segurança com força, a dor da ferida fazendo seu rosto empalidecer ainda mais, e suas sobrancelhas se contraíram involuntariamente.

Octavio apertou os lábios e se inclinou em direção a Alicia.

Ela recuou com força contra o banco, tentando aumentar a distância entre eles.

O rosto de Octavio estava tão próximo, seus olhos profundos fixados nos trêmulos dedos sangrentos de Alicia. Sua expressão ficou ainda mais fria.Eles eram como um abismo oceânico, aparentemente calmos na superfície, mas ocultando muito por baixo.

Ela não sabia o que esse rosto calmo escondia sob a superfície.

Decidindo não encará-lo, Alicia fechou os olhos, apertando o cinto com força. Cada movimento causava uma dor lancinante, fazendo-a empalidecer ainda mais.

"Solte-a."

A voz não tinha emoção, tão neutra quanto água que ferveu e se acalmou.

Alicia piscou levemente e, lentamente, abriu os olhos para vê-lo soltar sua mão e passar o cinto sobre seu corpo.

Depois, ele se endireitou, seus olhos caídos varreram as pontas dos dedos dela, que ainda tremiam e sangravam. Sua expressão endureceu antes de ligar novamente o carro.

"Senhorita... você... está se sentindo mal em algum outro lugar?"

Alicia fechou os olhos lentamente e negou com a cabeça, levantando-se da cadeira.

Os outros rapidamente abriram caminho para ela, preocupados que ela pudesse cair a qualquer momento.

Octavio avançou em silêncio e a levantou nos braços.

A visão de Alicia vacilou e ela sentiu vertigem, apoiando a mão no ombro do homem. Ela nem precisava pensar para saber quem era, simplesmente se apoiou nele sem abrir os olhos.

Ela estava se sentindo péssima e sem forças para resistir, mas mesmo que pudesse, não adiantaria.

Ela só queria um pouco de tranquilidade.

Fora do hospital, os carros da polícia de trânsito já haviam partido, e Rayan estava esperando ao lado do carro.

Ao ver Octavio carregando alguém, ele se apressou em abrir a porta do carro.

Depois de colocarem Alicia no carro, Rayan assumiu o volante e dirigiu em direção ao apartamento Imperial.

Durante o trajeto, Alicia manteve os olhos fechados e ficou em silêncio, enquanto Octavio olhava para o rosto pálido da mulher, com o cenho franzido, como se estivesse extremamente cansado.

Seus dedos longos e bem definidos romperam o silêncio e, finalmente, tocaram a bochecha quase translúcida dela.

Ainda havia o toque macio sob seus dedos, mas o rubor encantador em seu rosto havia desaparecido.

Aquela face sorridente como uma flor durante a festa parecia tão próxima, mas agora, num piscar de olhos, transformou-se nessa aparência deplorável e comovente.