Segundo Casamento，CEO só me quer? romance Capítulo 2028

Alicia fixou o olhar no enfeite sobre a mesa de Octavio, algo que ela mesma havia preparado: um gatinho branco de olhos semicerrados, levantando a pata com um porta-retrato, dentro do qual estava uma foto dela, ao lado de um relógio digital.

Um contraste gritante com o estilo sombrio e sério do escritório.

Alicia não respondeu, e Caio acabou saindo.

Cerca de dez minutos depois, a porta do escritório se abriu novamente, e Octavio entrou, vestido em um terno impecável, com uma expressão fria no rosto.

Ao vê-la, seu semblante sombrio se suavizou um pouco.

Colocando os documentos sobre a mesa, ele se virou e caminhou em direção a ela.

"Esperou muito?"

Alicia saiu da tela do jogo e balançou a cabeça. "Acho que não foi tanto tempo."

Ela apontou para a caixa de madeira na mesa de centro. "Como eu vou almoçar com você, hoje a refeição está bem farta."

Octavio esboçou um leve sorriso. "Graças a você, posso ter um almoço farto."

Alicia deu um risinho satisfeito e pegou os talheres.

De vez em quando, ela parava, olhava para a porta, depois voltava a comer, e então olhava novamente para Octavio.

Esses gestos se repetiram várias vezes.

Foi só depois do almoço que Alicia finalmente falou.

"Octavio, por que hoje não teve sobremesa?"

Octavio hesitou um pouco.

Alicia o encarou com um olhar de leve descontentamento, como se estivesse pedindo um carinho, e não fazendo birra.

"Antes, sempre tinha sobremesa. Você estava tão ocupado que esqueceu de pedir, ou eu sou tão fácil de lidar que Rayan acha que pode me negligenciar de vez em quando? Acho que preciso ter uma boa conversa com Rayan."

"Rayan não está na empresa, fui eu que esqueci de pedir."

Octavio respondeu com indiferença. "Se você quiser, posso pedir para alguém comprar agora."

"Não precisa." Alicia sorriu suavemente. "Quando passa da hora, a vontade de comer já não é a mesma."

Ela falou com leveza, como se suas palavras fossem apenas constatações, mas Octavio não era tolo.

Ele sabia que ela não queria que ele perguntasse diretamente o que ela queria dizer.

Perguntar poderia parecer mesquinho, e mesmo que conseguisse uma resposta, não seria agradável.

Octavio chamou a secretária para recolher a caixa e os pratos para lavar.

Depois, sentou-se à mesa. "Eu vou estar muito ocupado daqui pra frente. Você quer voltar para casa, sair para fazer compras, ou visitar Catarina no trabalho? Posso arranjar um motorista para você."

Alicia levantou-se e foi até o cabideiro pegar seu casaco.

"Dos seus motoristas, estou acostumada com o Rayan. Se não for ele, prefiro não ir."

Ela vestiu o casaco, enrolou o cachecol e olhou para Octavio, esperando sua resposta.

Octavio manteve o olhar nela, vendo-a se agasalhar, com um sorriso leve nos olhos, mas sua expressão era indiferente. "Ele não está na empresa."

Alicia assentiu, com expressão serena.

"Não tem problema, acabei de ligar para o Cássio, ele vem me buscar."

O semblante de Octavio escureceu um pouco.

"Lembre-se de levar a caixa de volta para casa. Vou sair para me divertir, não vou atrapalhar seu trabalho."

Ao dizer isso, ela já estava na porta, e no momento em que terminou a frase, havia desaparecido do escritório.

Octavio ficou olhando para a porta fechada, seu semblante tão sombrio quanto o tempo nublado lá fora.

Alicia desceu e encontrou Cássio esperando na entrada da empresa. Ao vê-la, ele imediatamente abriu a porta do carro para ela.

No entanto, Alicia não se moveu.

"Me dá a chave do carro, hoje eu vou dirigir."

Cássio hesitou. "Você não tem carteira de motorista."

"Foi você que me ensinou a dirigir, eu conheço as regras de trânsito. Se me pegarem, eu sei que você vai resolver a situação."

Cássio franziu o cenho. "A previsão do tempo diz que vai nevar à tarde."

"Se os outros podem dirigir na neve, por que eu não posso?"

"Cássio, tudo é pela sua segurança..."

"Cássio, por mais que você fale, eu vou dirigir. Se não me der a chave, vou até a concessionária e pego um carro novo."

Cássio não duvidava da seriedade das palavras de Alicia. Ele sabia que era melhor entregar-lhe as chaves do carro, ao invés de deixá-la escolher um novo veículo sem conhecer suas características.

Ao pegar as chaves, Alicia subiu no carro com satisfação. Quando Cássio abriu a porta do passageiro, ela rapidamente o impediu.

"Não precisa me seguir."

Cássio hesitou, "Se acontecer algo com você, não sei como explicar ao seu pai."

"Você está torcendo para que algo aconteça?"

Cássio ficou em silêncio.

"Feche a porta."

＊

Observando Alicia afastar-se com o carro, Cássio lançou um olhar sombrio para o portão do Grupo Benito.

A verdade é que Alicia dirigia razoavelmente bem, dentro dos limites normais. Corridas de alta velocidade não eram seu forte.

Ela prezava pela própria vida e temia a dor, não se arriscaria sem necessidade.

Entediada, sem precisar de compras e cansada de ficar em casa, resolveu visitar Catarina no set de filmagem.

Octavio conhecia bem Alicia.

Era irônico, pensava ela, que uma vida tão invejada por muitos fosse tão monótona.

Com a previsão de neve, a temperatura caíra, Alicia não queria sair do carro. Pediu pelo celular uma centena de copos de chá mate gelado e bolos para o set de filmagem de Catarina.

Era da mesma loja que Rayan costumava encomendar bolos para ela.

Catarina havia terminado as gravações de um drama anterior e estava em um novo projeto.

Talvez o charme de Alicia tenha funcionado, pois Catarina estava bem situada na C&P. Octavio lhe designou um agente e um assistente adequados para seu nível atual.

O agente a orientava mais para dramas de época.

Neste novo projeto, Catarina atuava como coadjuvante, com o objetivo de solidificar sua carreira e mirar em prêmios de melhor atriz coadjuvante antes de outros voos.

Catarina, sem muitos recursos, precisava de uma carreira sólida. Seu talento garantiria que críticas injustas não a abalassem.

Ao chegar no set, Alicia viu atores com orelhas vermelhas de frio e ouviu a alegria quando souberam que alguém havia trazido chá mate para todos.

Sentada com Catarina no estúdio, Alicia observava outros aquecendo-se com a bebida, enquanto Catarina parecia estar bem confortável.

"Você não está com frio?"

Catarina sorriu, levantou a saia, mostrando calças de couro por baixo, e piscou, "Com forro."