Segundo Casamento，CEO só me quer? romance Capítulo 2077

Dona Mariana não sabia bem o que dizer antes, e depois das palavras de Alicia, ficou ainda mais sem palavras.

Coco logo voltou com o café da manhã, mas havia algo estranho no ar.

Dona Mariana estendeu a mesa, colocando a canjica, os petiscos e os pães de queijo.

Alicia se inclinou para frente, pegou a colher e tomou algumas colheradas da canjica. Sentiu náusea subir e seu peito apertou, claramente sem apetite.

Dona Mariana observava preocupada, pois desde o início sabia que Alicia era a "canarinha" que o Sr. Octavio mantinha escondida, uma amante sem status, uma jovem que ela não respeitava por vender-se por dinheiro.

Mas, com o tempo, percebeu que Alicia não era a amante que ela imaginava.

Alicia nunca pedia nada ao Sr. Octavio, tampouco tentava agradá-lo como outras mulheres fariam.

Dona Mariana podia sentir que havia entre Alicia e Octavio algo mais profundo, mais complicado, um vínculo inevitável e pesado.

Era um sentimento que superava em muito os amores superficiais.

Sem perceber, Dona Mariana começou a simpatizar com Alicia.

Ela até achava que essa jovem, bela e orgulhosa, era mais digna de admiração do que a famosa namorada do Sr. Octavio, conhecida por todos.

"Srta. Alicia, se não consegue comer, não force. Quer que eu prepare algo diferente?"

Alicia balançou a cabeça, pegou um pão de queijo, deu uma mordida e engoliu a náusea.

"Não precisa, estou com fome, qualquer coisa serve."

Ela sabia que na prisão não tinha o luxo de escolher.

Além disso, estando indisposta, nada parecia agradável.

Alicia alternava entre colheradas de canjica, petiscos e pão de queijo, tudo sem gosto.

Dona Mariana, com os olhos marejados, observava sem conseguir conter a compaixão.

Ela sabia que Alicia tinha vindo da prisão.

Depois de comer dois pães de queijo e terminar a canjica, Alicia finalmente sentiu um pouco de energia. Dona Mariana arrumou a mesa enquanto Alicia se deitava.

"Preciso continuar com o soro?"

Dona Mariana assentiu, "Vou chamar o médico agora mesmo."

Alicia se cobriu, fechou os olhos e murmurou suavemente, "Quero acabar com isso logo."

"Claro."

*

Selena mal saíra do elevador, no saguão do prédio, quando encontrou Octavio, que parecia frio e distante.

Ambos diminuíram o passo.

Octavio a olhou de cima a baixo, "Mesmo grávida, não sossega?"

Selena deu um sorriso de canto, "Acabei de sair do hospital, está indo pra lá de novo?"

Octavio, com uma mão no bolso, tinha uma expressão séria, "O que o hospital me fez para eu não gostar de ir lá?"

"Ah, nada. Então tá bom. Faça o que quiser, vou dar uma caminhada."

Octavio olhou para a barriga ainda lisa de Selena, "Tenha cuidado."

Selena sorriu e assentiu.

Quando passaram um pelo outro, Selena chamou por ele, "Octavio."

Octavio parou e virou-se.

"Algo mais?"

Selena hesitou antes de falar lentamente: "Você sabe o que David significa para mim?"

Octavio franziu a testa, "Sei que vocês têm um amor sólido, mas não precisa contar a todo mundo. Não sou curioso sobre histórias de amor."

Selena sorriu suavemente e continuou:

Ela estava na ponte sobre o lago artificial, observando-o, com dois seguranças escondidos cautelosamente nas sombras, temendo serem descobertos.

Mesmo encontrando-o, ela parecia pronta para atacar a qualquer momento.

"Precisa mesmo dar tantas voltas?"

"Talvez ela seja a última pessoa que quer te ver agora."

Octavio cerrou os punhos com força, enquanto Selena mantinha uma expressão angelical.

"Não quero me meter nos assuntos dos outros, talvez seja porque estou entediada com a gravidez.

Se David fosse você, eu claramente não o aceitaria.

Mas agora estou grávida, e acho que, mesmo que ir contra meus princípios para o bem da criança seja algo que eu não recomendo, ainda assim preciso fazer esse sacrifício por meu filho. Afinal, há sentimentos que apenas David pode proporcionar, e só estando com ele eu posso oferecer isso a eles, ninguém mais."

"Você está sugerindo que eu use a criança para mantê-la aqui?"

A voz de Octavio era profunda e fria, enquanto as palavras de Selena giravam ao redor dele, insinuando algo que ele não conseguia captar completamente.

Sua paciência estava se esgotando.

Selena fez uma pausa de dois segundos, depois riu levemente, "...não, essa é uma ideia terrível, que eu de forma alguma apoio. Afinal, ela me ajudou, e eu não poderia retribuir jogando-a no fogo."

Ela terminou com mais um aviso, "Não entenda mal e use a força com ela, você sabe como ela é..."

Octavio interrompeu impacientemente, "Não preciso que me diga!"

Ninguém conhecia melhor o temperamento dela do que ele.

"Então finja que eu estava apenas falando bobagem."

Octavio observou o sorriso sereno e despretensioso de Selena, seu rosto elegante e austero exibindo um leve ar pensativo.

Uma mulher tão astuta, que normalmente analisaria cada palavra com precisão cirúrgica, agora gastava tempo e saliva apenas para falar besteira?

Ah.