Segundo Casamento，CEO só me quer? romance Capítulo 2089

Alicia, sem pensar, recuou dois passos.

Esbarrou no peito de Octavio que a seguia de perto.

Octavio a envolveu pela cintura, trazendo-a para perto dele.

Algumas pessoas passaram por eles sem se importar.

Os olhos de Alicia relaxaram um pouco e ela se afastou dos braços de Octavio.

Octavio não a soltou.

Ele falou baixo, "Alicia, vamos levar Yago para tratar dos olhos."

"Não precisa." Alicia recusou de imediato, "David já arrumou tudo, amanhã vou levar Yago com ele."

Octavio ponderou por um momento, "Sim, se foi o David que arranjou, não haverá problemas."

Ele estava ligeiramente atrás dela, não podia ver a expressão de Alicia, mas podia observar bem o rosto de Yago.

Ele olhava quase de forma gananciosa para aquele rosto inocente, tão parecido com ele.

Yago talvez tenha percebido que Octavio o observava, ou talvez fosse apenas curiosidade pelo homem, mas seus olhos, mesmo sem ver, "olhavam" na direção de Octavio, cheios de cautela e curiosidade.

Aquele olhar vigilante fez Octavio esboçar um leve sorriso.

Yago franziu as sobrancelhas, claramente descontente, e se aninhou no pescoço de Alicia.

Alicia se virou para Octavio, que já a observava.

Ela franziu a testa quando ouviu uma voz estridente ao longe.

"Não fui eu! Eu não fiz nada, vocês têm provas?"

A voz era familiar, e ao virar-se, viu alguns seguranças bem conhecidos na entrada.

"Me soltem!"

Com a voz de Mireia ficando cada vez mais alta e clara, ela foi arrastada para fora por algumas pessoas.

Seu rosto estava pálido, vestida com roupa de hospital, sem muita força, mas ainda assim lutava, parecendo bastante desamparada.

Talvez seus olhos tenham pousado sobre eles, pois de repente ela se endireitou, antes resistindo para não ir, agora lutando para chegar até eles.

Octavio puxou Alicia para mais perto, "Entremos."

"Octavio!"

Mireia o chamou de repente, correndo até ele.

"Foi você que mandou eles virem, não é?"

Octavio não respondeu.

Mireia esboçou um sorriso sarcástico, seus lábios tremiam e seus olhos estavam vermelhos.

"Você não vai me deixar nem um pouco de dignidade? Você quer destruir completamente a imagem que eu tinha de você?"

"Eu não fiz nada de errado, Octavio, só gosto de você, precisa ser tão cruel?"

"Eu aguentei você mentindo por três anos, doei sangue para salvar seu avô... Quase metade do meu sangue... e no segundo dia após a cirurgia você manda me prender?!"

Ela achava que o que descobriu ontem já era o bastante para se sentir desesperada, mas hoje havia um abismo ainda mais profundo.

A dor de Alicia na época era assim?

Realmente, era terrível.

Seus olhos lentamente se moveram para Alicia, pousando no menino que ela segurava.

Ela hesitou, "…Alicia, quem você está segurando?"

A expressão de Mireia agora estava carregada de desespero e loucura.

Alicia apertou Yago mais perto e recuou dois passos.

"Não se preocupe."

"Eu perguntei quem ele é?!"

Mireia gritou de repente, tremendo toda, o rosto contorcido de raiva.

Yago, escondido no colo de Alicia, franziu a testa, apertando a roupa dela, virando-se para "olhar" para Mireia.

"Não... não machuque minha mãe!"

Ao ver aquele rosto, os olhos de Mireia se arregalaram de espanto, ela recuou dois passos.

Yago não podia ver a expressão de Mireia, queria proteger sua mãe, mas se sentia impotente, franzindo o cenho, com o rosto pequeno cheio de raiva sombria.

A mesma expressão de raiva de Octavio, sem dúvida.

Mireia balançou a cabeça, "Não... não pode ser... você estava na prisão, como poderia ter tido um filho com ele..."

Os olhos escuros de Yago "olhavam" na direção de Mireia por alguns segundos em silêncio, até que de repente ele virou a cabeça e, levantando a mão, tateou por um momento antes de agarrar a manga de Octavio.

"Papai, me pega no colo—"

O peito de Octavio tremeu fortemente, seus olhos piscaram de surpresa.

"Você... me chamou de quê?"

Yago franziu a testa, pressionou os lábios e repetiu: "Papai, me pega no colo—"

Alicia também ficou paralisada, sem conseguir reagir por um bom tempo, enquanto Yago se contorcia em seu colo, realmente querendo que Octavio o pegasse.

Octavio olhou para Alicia, que não mostrava reação, então levantou as mãos e pegou Yago de seu colo.

A maneira como Octavio segurava a criança parecia habilidosa e natural.

Mireia ficou com a mente em branco, os ouvidos zumbindo, e se não fosse por alguém a segurando, ela quase teria desabado no chão.

Uma criança...

Eles já tinham tido um filho três anos atrás!

Então, o que ela era afinal?

Três anos...

Toda a beleza que ela havia imaginado com ele já tinha sido conquistada por Alicia.

Existe piada mais cruel do que essa?

Três anos atrás, ela não conseguiu competir com Alicia.

Três anos depois, apesar de todos os seus esforços, ela ainda perdeu completamente.

Ela estava rindo e chorando ao mesmo tempo, balançando a cabeça, recusando-se a acreditar na realidade.

Mas, era um fato inegável bem diante de seus olhos.

"Ah—"

Ela gritou de repente, e todo o andar parecia tremer com a intensidade.

Yago tapou os ouvidos com força, enquanto Octavio rapidamente cobriu os ouvidos de Alicia e a puxou para perto.

"Por que não a levam logo?"

As duas pessoas ao lado de Mireia assentiram, arrastando-a para longe enquanto ela estava completamente desmoronada.

O corredor voltou a ficar silencioso, e Alicia afastou Octavio, levantando o olhar para Yago em seus braços.

"Yago..."

Imediatamente, Yago estendeu os braços em direção a Alicia.

"...Mamãe está bem?"

Alicia, com uma expressão complexa, balançou a cabeça, então lembrou-se de que Yago não podia ver e disse:

"...Está sim."

Yago havia feito aquilo de propósito.

Aquela palavra "papai" foi quase o golpe final em Mireia.

O que ele estava pensando?

Será que ele entendia as complexidades das disputas dos adultos?

Sabia como colocar alguém em uma situação sem saída sem mover um dedo?

Olhando para o homem que o segurava, Alicia sentiu um calafrio e estendeu a mão, quase arrancando Yago de seus braços.

O vazio no abraço de Octavio trouxe uma sombra de tristeza ao seu olhar.

Yago também percebeu a tensão no ar e ficou em silêncio, abraçado a Alicia.

Alicia passou a manhã com Yago no quarto do velho senhor, e quando Octavio sugeriu almoçarem juntos, ela recusou.

Ela não soltou Yago o tempo todo, saiu apressada, fria, sem dar a Octavio qualquer chance de falar.

À tarde, ela foi ao abrigo para concluir a papelada de saída, então começou a arrumar suas coisas para viajar no dia seguinte.

Rayan voltou mais tarde com uma expressão séria.

"Sr. Octavio, o passaporte da Srta. Alicia já foi liberado, mas... realmente é necessário remover o bloqueio também? E se..."

"Remova."

Octavio estava ao lado do leito de Manuel, sua voz não admitia discussão.

Rayan cerrou os dentes, assentiu e saiu.

Olhando para o idoso doente na cama, ele demorou antes de começar a falar lentamente:

"A liberdade que ela quer... será que inclui a mim?"

O velho permaneceu imóvel, o único som no quarto era o zumbido dos aparelhos médicos.

Octavio mordeu os lábios, e após um tempo, abaixou o olhar, sorrindo com uma tristeza e desamparo evidentes.

"E se ela não me quiser?"

*

À noite, Alicia percebeu que não tinha para onde ir.

Se antes fosse apenas Selena, tudo bem, mas agora David estava de volta.

Com Yago, ela não deveria continuar se impondo na casa dos outros.

Após o jantar, ela não tinha mais desculpas para ficar, e quando estava prestes a sair com Yago, a campainha tocou.

Ela abriu a porta e encontrou Octavio ali parado.

Ele a olhou diretamente.

"Vá descansar lá em cima."

Alicia franziu a testa, parou na porta sem se mover.

Octavio não estava com pressa.

Os dois continuaram parados, frente a frente, em um impasse.

David, que já estava aborrecido com as "provocações" de Alicia, de repente levantou-se do sofá e caminhou até a porta. Com desdém, empurrou Alicia pelas costas.

Pega de surpresa, Alicia tropeçou para frente e foi amparada por Octavio, que a segurou firme enquanto protegia Yago ao lado.

Felizmente, Octavio a segurou a tempo. Ainda com o coração acelerado, Alicia se recompôs e, furiosa, virou-se para David, que com uma expressão indiferente, bateu as mãos como se estivesse espantando poeira, dizendo friamente:

"Fica longe da minha porta, está me incomodando."

Alicia ficou sem palavras.

Isso era um homem?

David levantou os olhos e perguntou: "O quê? Quer me desafiar?"