Segundo Casamento，CEO só me quer? romance Capítulo 973

O semblante do homem estava terrivelmente abatido, ela até mesmo pôde ver as veias que sutilmente marcavam sua testa lisa.

Selena apertou os lábios, lembrando da última vez que Fernando a deixara no gelo por dois dias inteiros.

"Eu só não quero sair perdendo. E, dessa vez, eu sou a vítima pura e simples."

Ela não tinha tramado nada.

Por mais que planejasse, ela jamais apostaria sua honra.

Ela sabia muito bem a quem pertencia agora.

David fechou os olhos com força, tentando conter a onda de emoções que brotava de seu interior, se sentindo ainda mais impotente.

"Não salva ele," disse ele, com as palavras arrancadas de sua garganta a contragosto.

Ele tinha dado a ela espaço demais para agir.

Tanto que todas as suas ações se tornaram passivas, a ponto de não ter como intervir!

Selena afirmou, "Ele precisa sobreviver."

"Ele merece morrer."

Selena encarou-o firmemente, sem mais objeções:

"Sim... mas deixar ele morrer assim seria fácil demais para ele."

Foi então que David abaixou o olhar para ela novamente.

Um sorriso trêmulo surgiu no rosto pálido de Selena.

"Vamos para o hospital, salvar ele."

David apertou os lábios e, então, a envolveu nos braços e se virou.

Diego relaxou o corpo tenso, quase caindo no chão.

-

No hospital.

Quando viram David carregando Selena para lá, Elio arqueou uma sobrancelha com uma expressão de quem já esperava aquilo.

O neto querido do avô, o primo deles.

Mesmo não levando o avô em consideração, ela não deixaria seu irmão numa situação difícil, carregando fardos relativamente pesados.

Como a reputação, como o ódio vindo da casa de seu tio.

Andrea, que se mantivera em silêncio ao lado, também teve uma mudança sutil em sua expressão.

As lágrimas de Maria já estavam quase secas, mas ao ver os dois chegarem, ela se atirou aos pés de David em desespero.

"Selena, eu imploro, salve meu filho, ele é tão jovem, ele não pode morrer assim..."

Selena disse a David: "Eu preciso descer."

"Você está machucada no pé." David franzia a testa, com uma voz fria e distante que, no entanto, carregava uma certa resignação.

"Cadeira de rodas."

David comprimiu os lábios e olhou para o médico à frente.

Não demorou muito para o médico, que havia saído apressado, retornar empurrando uma cadeira de rodas. David colocou Selena nela.

Ela permaneceu em silêncio, e o corredor mergulhou numa quietude.

A atmosfera ficou tensa e silenciosa, e dois longos minutos se passaram, parecendo atravessar um século.

O médico que monitorava Gordon falou rapidamente: "A temperatura do paciente está caindo, precisamos operar agora!"

O rosto de Maria empalideceu novamente, "Ah, Selena, a tia implora, por favor..."

Nesse momento, José chegou com documentos em mãos e, no meio da confusão, entregou-os a Diego.

Era um contrato de transferência de ações.

Maria não sabia do que se tratava, só gritava por socorro para seu filho.

Os gritos agudos e dolorosos deixavam Diego agitado.

Sem tempo para pensar, ele assinou o documento.

Andrea observava o contrato, com uma ruga de preocupação entre as sobrancelhas.

O que seu tio teria pedido a Selena?

O que eles tinham prometido a ela?

Quase sem Selena precisar dizer uma palavra, Elio abriu caminho para ela na porta da sala de emergência.

Os médicos, com expressões apressadas, empurraram a maca para dentro.

Maria desmoronou no chão e, ao ver a porta da sala de emergência se abrir, chorou de alívio.

Foi então que a voz fria e serena de Selena cortou o silêncio.

"Na verdade, eu também tenho meus motivos, afinal o seu filho quase me fez mal. Eu até concordo em salvar ele, isso por misericórdia e compaixão. Mas no fundo, não me conformo. Já que não posso tirar a vida dele, pelo menos deixar que eu veja ele todo arrebentado, com as tripas de fora, pra eu matar minha raiva."

Essas palavras eram a sinceridade em pessoa!

Era tanta maldade que até parecia veneno puro!

"Você... Sua mulher! Tá maluca, é?!"

E todo mundo fez uma careta!

Poxa, uma mulher, precisa ser tão cruel?

Tem gente que desmaia só de ver um pouquinho de sangue, até os médicos presentes que na primeira vez que pisaram num laboratório sentiram tanto nojo que passaram dias sem conseguir comer.

E ela, uma mulher, queria ver alguém com a pele rasgada, as entranhas expostas.

Os gostos do Sr. Terra, com certeza... eram únicos.

Selena apenas massageou os ouvidos levemente, "Se demorar mais, seu filho nem vai precisar ser salvo."

"Você..."

David a olhava, e para prevenir que ela sentisse frio, tinha buscado um cachecol para ela antes de saírem.

Os cachos naturais do seu cabelo envolviam o tecido, cobrindo metade do queixo, e a luz do corredor a envolvia, criando um halo nebuloso ao seu redor.

Uma pessoa tão limpa e clara, linda de um jeito quase etéreo.

"Eu vou com você."

Sua voz fria soou, e Selena nem se virou, ela reconheceria a voz de David em qualquer lugar.

Com ele ali, ela nem tinha pensado na possibilidade de não conseguir entrar hoje na porta da emergência.

Veja só, ela realmente dependia dele.

"Não precisa, eu vou sozinha." Se ele entrasse, e depois Diego Terra e os outros viessem acertar as contas, ia ser uma dor de cabeça.

David ainda assim era todo obediente, "Peguem um avental cirúrgico para ela."

Os médicos, surpresos, ainda assim fizeram o que foi pedido, e David ajudou Selena a vestir o avental com suas próprias mãos.

Os médicos a acompanharam para a sala de emergência.

Mas o corredor já não tinha a alegria de antes, quando tinham concordado em operar Gordon.

Todos estavam com uma cara de preocupação, parecia que a esperança tinha diminuído ainda mais...