Seja minha Luna romance Capítulo 9

"Rose", ouvi a voz do meu pai, como se ele estivesse distante. Ergui a cabeça, levantei as sobrancelhas e olhei para a cara dele. Ele parecia mais velho e sábio do que era na verdade. As feições no rosto dele, que era da mesma cor que as paredes, estavam mais proeminentes, e ele estava sério. "A gente já informou o conselho da matilha sobre a cerimônia de acasalamento da Cara com o Alfa Aiden. Não deixa nada dar errado."

Certo. O conselho da matilha. Engoli em seco. Parecia que esse seria o fim da história. O Conselho da Matilha era o grupo de pessoas, principalmente Alfas anciãos, que cuidavam das matilhas em geral. Antes de qualquer grande evento ou cerimônia, eles precisavam ser informados, visto que suas bênçãos eram consideradas presentes.

Eu já estava exausta. Fazia um tempo que eu estava cuidando desses assuntos. Minha mãe me incluiu em todas as decisões sobre o casamento de minha irmã, por menores que fossem. Ainda mais porque Cara parecia evitá-la sempre que possível e preferia ficar até tarde na universidade.

"Então... Qual vai ser a data?", perguntei. Meu coração palpitava.

Por conta das festividades acontecendo na nossa matilha, ainda mais na minha família, eu não estava aguentando mais. Meu plano de me encontrar com Zain continuava sendo adiado, e já fazia duas semanas inteiras desde a última vez que conversamos.

"Ah, decidimos que seria nesse domingo!", exclamou meu pai, com os olhos brilhando. "O Alfa Aiden pediu pra gente ir na casa de matilha dele. A cerimônia vai acontecer lá. A sua mãe pode te arrumar um vestido e algumas flores. Tenho certeza de que a sua irmã vai te pedir pra ser uma dama de honra."

"Ok." Respirei pela boca e senti que a garganta parecia ter ficado seca como um deserto de repente. "Mais alguma coisa?"

Meu pai me olhou de um jeito estranho. "Você tá com pressa?"

"É... Mais ou menos"

Eu queria me encontrar com Zain, e enfim tinha uma chance. Minha mãe havia arrastado Cara para experimentar vestidos, o que me permitia escapar por um tempo. Como eu não tinha celular, enviava mensagens para ele usando o celular de minha irmã. Ele reconheceria o número, pois sempre conversávamos por lá.

Meu pai riu. "Você tá sempre ocupada. Ok, te vejo mais tarde."

"Tchau, pai."

***

Quando cheguei ao parque, Zain estava encostado no banco, com os pés juntos. Ele estava mexendo nas folhas ali perto e estava com a respiração pesada. Por que estava tão nervoso? Não era a primeira vez que brigávamos.

"Zain?"

"Rose!", exclamou ele, levantando-se. Os cabelos estavam penteados para trás, e havia suor na testa dele. "Oi!"

O Alfa me deu as costas na mesma hora. "A gente não pode mais se ver, Rose."

Isso me pegou totalmente de surpresa. Foi tão inesperado que pensei que tivesse ouvido errado e fiquei boquiaberta. Eu era tão patética que não esperava a maneira como Zain se afastou do meu toque.

"O que você tá dizendo? Tá de brincadeira?"

"É sério, Rose. Vamos terminar."

Recuei quando ouvi essas palavras e cambaleei para trás. Por alguns segundos, fiquei paralisada; era como se meu coração estivesse querendo sair pela garganta. "Por que ele tá fazendo isso comigo?", pensei, abraçando-me.

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