Quando ela fechou a porta do banheiro, Adriana puxou Denise para perto e disse em voz muito baixa: "Veja, ela está sempre se esquivando, evitando o essencial, com certeza tem algo errado."
Isso era um reflexo do seu instinto aguçado como jornalista.
Denise mostrou-se um pouco preocupada, envolver-se com um homem casado, ser a outra, destruir o casamento dele, seria que era esse o desafio mencionado pela Vanessa?
"Devemos encontrar uma maneira de descobrir a verdade sobre esse homem. Se ele realmente for casado, temos que aconselhá-la a parar antes que seja tarde demais."
"Entendi." - Adriana assentiu, ela e Denise compartilhavam dos mesmos valores, ambas detestavam a ideia de ser a outra e não poderiam permitir que sua amiga se tornasse esse tipo de pessoa.
...
A cirurgia do dia seguinte estava marcada para as oito horas, seria um procedimento minimamente invasivo que não levaria muito tempo.
Após sair da sala de cirurgia, Denise se higienizou, trocou-se para seu jaleco branco e se preparou para ir ao ambulatório.
A médica responsável, Viviana, chegou. Conhecida como a rainha da fofoca do hospital, ela gostava de compartilhar novidades com Denise.
Ela também havia ido a São José ontem, como assistente de cirurgia do Dr. Correia.
"Dra. Elanie, você soube que o paciente de São José faleceu ontem na operação? A situação era muito complicada, difícil de salvar."
Denise espirrou, ajustando a máscara N95 sobre o nariz.
Ela havia pensado muito ontem, a justiça divina era infalível, e como médica, não se podia contrariar o destino.
"Se for assim, mesmo que eu tivesse ido, talvez não tivesse conseguido salvar, e ainda por cima poderia ter infectado ele com meu resfriado."
Viviana sorriu, acreditando que, se ela estivesse lá, talvez houvesse uma chance. Afinal, ela já havia visto Denise fazer "milagres" durante operação.
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