Sombra do Amor: A Redenção de Eduardo e Adriana romance Capítulo 173

"Eu mesmo faço."

Eduardo Rodrigues baixou o olhar, escondendo um breve lampejo de escuridão sob seus olhos, enquanto pegava o termômetro das mãos dela, deslizando-o sob seu peito esquerdo.

"..."

Adriana Barbosa, que estava confusa com sua reação intensa, agora entendeu ao ver seus movimentos e expressão.

Ele não queria que ela visse a tatuagem de íris em seu peito direito, nem as assustadoras cicatrizes de queimadura abaixo dela.

Mas ela só queria verificar a temperatura, não tinha planos de despi-lo. Ele estava assim tão na defensiva, a tratando como se fosse uma delinquente?

"...Então você tira daqui a 10 minutos e verifica a temperatura."

"Certo, obrigado, Adriana."

Quando ele chamou 'Adriana' de forma tão natural, Adriana Barbosa estremeceu, como se uma corrente elétrica percorresse seu corpo.

Sua voz já era profunda e magnética, como se tocasse a corda D de um violoncelo, e agora, levemente rouca pela febre, ganhava um toque sensual e atraente, chamando-a pelo nome de uma forma que fazia seu coração palpitar.

Se ele se tornasse um locutor de rádio noturno, certamente reviveria até os mortos, mas por que ele escolheu finalmente 'Adriana', como sua família fazia?

"Não precisa agradecer!" Adriana Barbosa tirou uma caixa de medicamentos para baixar a febre do kit de primeiros socorros, "Porque você logo vai me odiar. Se a temperatura mostrar que você está com febre, vai ter que tomar esses remédios. Se recusar, eu... eu vou te obrigar a engolir!"

Ela pegou algumas pílulas, franzindo a testa e ameaçando ele, esperando resistência. Para sua surpresa, ele apenas sorriu levemente e disse suavemente, "Ok."

"?"

Eduardo Rodrigues abaixou os olhos, suas longas pestanas projetando uma sombra suave sob a luz brilhante do candelabro, como se mergulhasse em memórias profundas e distantes.

'Vai embora, vai! Eu te odeio, te odeio, de todos, você é o que eu mais odeio!'

'Não preciso da sua ajuda, não se meta na minha vida, vai embora, vai! Não importa o que você faça, eu nunca vou gostar de você, eu quero o Cassio, eu só quero o Cassio...'

"Não era necessário."

Depois de um longo momento, ele disse, com a voz grave.

"Como não era necessário? Era muito necessário! Se você tivesse me contado tudo, eu não teria te entendido mal, e não teria... feito aquelas coisas exageradas."

Ela mordeu o lábio, culpada, enquanto Eduardo Rodrigues levantava as sobrancelhas, confuso, "Exageradas?"