Sombra do Amor: A Redenção de Eduardo e Adriana romance Capítulo 420

Não sei quanto tempo passou, mas o fogo ficava cada vez mais intenso e a fumaça cada vez mais densa. Ele parou de se debater, baixando a cabeça lentamente e com desespero.

Dói, dói muito, a dor é insuportável... Talvez, depois de um pouco mais de dor, ele possa ver sua mãe, que lhe contava histórias com tanta ternura, e seu pai, que jogava bola com ele, não é?

"Fofinho, não corra~"

"Não corra, vamos brincar juntos!"

À beira do rio nos subúrbios, Adriana Barbosa, segurando um canivete suíço, corria alegremente atrás de um pequeno gato preto.

Elton Guedes a seguia, ofegante e segurando as pernas.

"Adriana, para de correr!"

"Essa faca na sua mão é muito afiada, cuidado para não se machucar, dá ela aqui!"

"Tio, você não é tão rápido quanto meu segundo irmão, nem consegue me alcançar." Adriana Barbosa virou-se, fazendo uma careta e disse: "Nananinanão~ Se você me alcançar, eu te dou a faca!"

"Pequena diabinha, só tem quatro anos, como pode correr tanto assim?"

Elton Guedes mal tinha recuperado o fôlego, e ela já estava a dezenas de metros de distância.

"Miau!"

"Miau—"

O pequeno gato preto, com pelo brilhante e lustroso, desesperado com a perseguição, correu para dentro de um edifício abandonado e inacabado. Adriana Barbosa seguiu, e ao chegar ao segundo andar, viu um grande incêndio irromper.

"Gatinho, rápido, saia daí!"

"Pequeno, é perigoso!"

Ela gritou várias vezes do lado de fora, mas não viu o gato preto. Ansiosa, correu para dentro.

Ao chegar ao segundo andar, viu um garotinho preso em meio às chamas violentas. Suas mãos e pés estavam amarrados a uma coluna de concreto, e seu corpo estava coberto de feridas. Uma faísca caída havia queimado a bochecha esquerda, mostrando um vermelho assustador.

"Ah—"

Ela gritou de medo.

Uma voz clara e suave chegou aos ouvidos de Eduardo Rodrigues, que estava à beira da inconsciência. Ele lentamente levantou a cabeça.

O canivete suíço de aço carbono puro na mão dela era extremamente resistente, capaz de cortar ferro como se fosse barro, mas ela era muito fraca.

"Por que não consigo cortar? O que está acontecendo..."

"Não se preocupe, eu consigo, com certeza consigo!"

Ela estava quase chorando de desespero, mas não deixou de tentar consolá-lo, enquanto seu rosto pálido ficava vermelho com o calor das chamas.

Eduardo Rodrigues ouvia a voz dela tão perto, olhava para o rosto angelical colado ao dele, tão claro e agradável, tão vívido e real.

Ela não era uma ilusão, ela era uma pessoa de verdade.

Por que ela queria salvá-lo?

Sua mãe havia partido, seu pai não o amava mais, seu avô e o mordomo haviam ido embora, todos o haviam abandonado, todos o detestavam, desprezavam.

Por que, então, ela se esforçava tanto para salvá-lo?