Rosana estava extremamente frustrada. Ela não queria ter passado o dia todo tentando se distanciar de Manuel, apenas para acabar envolvida com ele novamente à noite.
Pensando um pouco, Rosana disse:
— Então você pode pegar um caminho alternativo para casa. Não é como se só tivesse uma estrada para chegar lá.
Manuel deu a ela um olhar de lado e respondeu:
— Pegar outro caminho? Fala como se fosse fácil. Você tem ideia de quanto tempo eu vou perder fazendo isso? Rosana, se eu não tivesse vindo te entregar os colares, nada disso estaria acontecendo!
Rosana, furiosa, encarou Manuel e rebateu:
— Eu sabia! Dizem por aí e é verdade: advogados têm que calcular tudo nos mínimos detalhes! É simplesmente ridículo!
— E você não me aguentou por cinco anos? — Manuel olhou para ela, com um brilho melancólico no olhar. — O que foi? Só de passar uma noite comigo você já não suporta?
Rosana respirou fundo, contendo o impulso de jogar Manuel no chão e dar uma boa surra nele.
Logo depois, Manuel, como se estivesse na própria casa, pegou um secador no banheiro e começou a secar o cabelo. Rosana estava furiosa, mas fingiu que não o via e voltou a assistir ao noticiário.
"Vou fingir que Manuel é ar... De qualquer forma, ele só vai ficar aqui por uma noite."
Após secar o cabelo, Manuel recebeu uma ligação em seu celular e foi até a varanda para atender.
— Como está o que eu pedi para você investigar? — Ele perguntou, em um tom baixo e grave, que Rosana não conseguia ouvir da sala.
Do outro lado da linha, Cláudio respondeu:
— Sr. Manuel, já pedi para investigarem a reputação de Cristóvão na Cidade D. Fora o caso que o deixou famoso, ele não tem muitos processos importantes. Como ele não se deu bem no meio jurídico da Cidade D, acabou se mudando para a Cidade M. Ele cobra honorários bem altos, provavelmente tentando atrair uma clientela lucrativa usando aquele caso antigo como chamariz.
"Sr. Manuel sabe que o Cristóvão não é competente, mas mesmo assim deixa a Srta. Rosana recorrer a ele?", pensou Cláudio, intrigado.
Após desligar o telefone, Manuel ouviu, vindo do apartamento ao lado, gemidos altos, acompanhados de uma voz feminina estridente e provocadora. Ele sorriu de canto e, por algum motivo, sentiu uma repentina vontade de ver o que Rosana estava fazendo naquele momento. Afinal, o isolamento acústico do prédio era terrível, e o que ele ouvia da varanda era quase uma transmissão ao vivo. No pequeno salão, provavelmente o som era igualmente claro.
Manuel foi até a sala. Como esperado, Rosana havia aumentado o volume da televisão no máximo, e seu rosto estava completamente vermelho. Ela tentava, desesperadamente, encobrir os sons embaraçosos que vinham do apartamento vizinho.
Com um gesto intencional, Manuel desligou a televisão, e os gemidos e murmúrios sensuais do outro lado da parede ficaram ainda mais nítidos, ecoando pela sala.
O rosto de Rosana ficou ainda mais vermelho, como se estivesse em chamas. Mesmo sabendo que aquelas pessoas não tinham qualquer relação com ela, Rosana sentia uma vergonha esmagadora diante da situação.
Manuel, vendo o estado constrangido dela, deu uma risada baixa e provocou:
— Você me deixou porque ninguém mais pode te satisfazer? É por isso que alugou um lugar como este, para poder ouvir os outros fazendo amor todo dia?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite!
Nossa que história chata horrível como se escreve uma mulher tão burra aff...