Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite! romance Capítulo 1054

A atitude fria e distante de Rosana deixava Manuel inexplicavelmente irritado.

Talvez fosse o efeito do álcool, mas uma sensação de calor abrasador percorreu o corpo dele, que estava inquieto e febril.

Ele observava Rosana diante de si; seus lábios rosados se mexiam ao falar, e Manuel sentia como se uma chama se acendesse dentro dele.

Seus olhos mostravam um leve brilho turvo enquanto ele lutava contra o impulso de segurá-la e entregá-los ao desejo. Com um tom despreocupado, perguntou:

— Por que está tão tarde ainda por aqui? Estava me esperando voltar?

Rosana respondeu imediatamente, em tom de protesto:

— Foi o seu ferro de passar que quebrou, levei muito tempo para consertá-lo! Pode ficar tranquilo, para mim o senhor não passa de meu empregador. Eu faço meu trabalho com seriedade, recebo meu pagamento e nada mais. Não tenho nenhum outro interesse, muito menos o de esperar o senhor voltar!

Manuel riu suavemente, e a expressão levemente bêbada em seu rosto o deixava ainda mais misterioso e quase gentil.

Com seus dedos longos e firmes, ele roçou de leve a face avermelhada de Rosana e perguntou:

— Você realmente só me vê como seu empregador?

Rosana sentiu o coração disparar; sabia bem que o sorriso de Manuel muitas vezes escondia algo mais. Como agora, temia que a mão dele, de um segundo para o outro, apertasse seu pescoço.

Os dedos frios de Manuel permaneceram no rosto dela, deslizando suavemente. Ele a fitava de cima, com quase uma cabeça de altura a mais, e perguntou:

— Por que não fala mais nada?

De repente, Rosana o empurrou, exasperada:

— Não tenho nada para falar com você!

O empurrão trouxe Manuel de volta à realidade, afastando o leve torpor do álcool. Ao ver Rosana tentando ir embora, ele a alertou:

Decidido, ele caminhou até a sala. A luz suave da noite iluminava Rosana, que dormia encolhida no sofá.

Provavelmente devido à exaustão do dia tenso e estressante, seu sono era profundo e tranquilo, e sua respiração estava leve e compassada.

Os olhos de Manuel suavizaram; ele se agachou ao lado dela, contemplando ela em silêncio. O impulso inicial de se aproximar foi aplacado pela serenidade daquele instante.

A visão pacífica de Rosana, adormecida, acabou com o desejo ardente que ele sentia, substituindo ele por um carinho contido...

Enquanto isso, Joyce ainda aguardava impacientemente perto do elevador.

A madrugada avançava, mas ninguém saía do apartamento de Manuel. Exausta, ela finalmente desistiu e foi embora.

Mas uma certeza queimava dentro dela: aquela mulher continuava no apartamento dele. O ciúme e a raiva inflavam seu peito.

Se não fosse pelo receio de destruir qualquer traço de boa impressão que Manuel pudesse ter dela, Joyce teria voltado imediatamente para arrancar aquela mulher de lá.