Rosana suspirou profundamente e disse:
— Não me importa mais o que será do Manuel no futuro. Se ele terá uma vida boa ou ruim, isso já não me diz respeito. A única coisa que me importa agora é que o advogado que contratei consiga tirar meu pai da prisão o mais rápido possível.
Natacha, um pouco decepcionada, comentou:
— Eu até pensei em pedir ajuda ao meu paciente, mas, já que você encontrou um advogado, vamos deixar isso de lado. Mas, você sabia que ele tem um filho? É da nossa idade, e sempre vai visitá-lo no hospital. E dizem que o rapaz é solteiro. Outro dia, ele até me perguntou se eu conhecia alguma colega solteira para apresentar a ele.
O garfo de Rosana parou no ar e o pedaço de comida caiu de volta no prato. Ela perguntou, sem rodeios:
— Não me diga que você está pensando em me apresentar para ele?
— Na verdade, sim! Você nem imagina, o filho dele é muito bonito, alto e é professor universitário. Acho que ele tem um ótimo perfil, você deveria ao menos considerar! — Incentivou Natacha, com boas intenções. — Eu sei que você não consegue esquecer o Manuel de uma hora para outra. Mas, Rosa, a vida segue, e você não pode ficar sozinha para sempre. Nem precisa ser algo sério; só uma tentativa, entende? Ninguém está te obrigando a nada.
Rosana suspirou e respondeu:
— Sei que você só quer o meu bem, mas, Natacha, por enquanto eu não tenho pensado em começar algo com ninguém. Pense bem, fiquei com o Manuel por cinco anos... Mantive aquela relação com ele. Esse homem que você mencionou, com todas essas qualidades, realmente aceitaria uma mulher como eu?
Ao terminar, Rosana abaixou a cabeça silenciosamente, escondendo o constrangimento atrás de um gole de sua bebida.
Natacha sentiu uma dor profunda no peito.
Aquela Rosana de antes, tão cheia de vida, extrovertida e autoconfiante, agora se mostrava constantemente sensível e insegura.
E tudo isso era culpa de Manuel! Cada vez mais, Natacha sentia desprezo por ele.
No final da refeição, o silêncio entre as duas era quase absoluto.
Natacha evitava dizer qualquer coisa, com medo de tocar, mesmo que sem querer, na ferida sensível e frágil de Rosana.
E Rosana, por sua vez, parecia imersa em uma tristeza silenciosa.
— Você está morando aqui? — Natacha perguntou, preocupada, sem conseguir esconder a tristeza.
Rosana esboçou um sorriso fraco e disse, tentando tranquilizá-la:
— Está tarde, e esse lugar é um pouco bagunçado. Melhor você ir para casa. Assim que chegar, me manda uma mensagem para eu saber que está bem.
Mas Natacha não podia simplesmente ir embora. Seus olhos já estavam marejados, e ela disse, com a voz embargada:
— Então, é assim que nossa amizade ficou? Rosana, será que você ainda me considera sua amiga de verdade?
Os longos cílios de Rosana baixaram um pouco, e ela tentou sorrir, com um toque de amargura, enquanto fingia leveza:
— Eu só não queria que você ficasse com pena de mim, por isso não quis te levar até minha casa. Mas, se você insiste... Só que nada de chorar, viu? E muito menos sentir pena de mim. Eu escolhi esse caminho sozinha e, apesar de tudo, é melhor assim do que continuar vivendo à sombra do Manuel.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite!
Nossa que história chata horrível como se escreve uma mulher tão burra aff...