Rosana finalmente se deu conta da situação e, sem perceber, se aconchegou ainda mais no peito quente de Manuel.
Ao ouvir o som forte e constante do coração dele, sentiu sua própria inquietação se acalmar aos poucos.
No entanto, logo seus olhos se prenderam em um corte no braço de Manuel, de onde o sangue gotejava lentamente.
Assustada, Rosana saiu rapidamente dos braços de Manuel e perguntou, ansiosa:
— Você está machucado?
Manuel pegou duas folhas de papel toalha e limpou o sangue do próprio braço, respondendo de forma despreocupada:
— Foi só um cortezinho, me descuidei e a faca deles me atingiu de leve. Não é nada.
— Eu vou com você ao hospital. — A voz de Rosana saiu trêmula, incontrolável, e as lágrimas em seus olhos denunciavam o quanto se preocupava com ele.
Manuel segurou a mão dela com firmeza e disse com calma:
— Não é necessário, é só um arranhão. Você tem uma caixa de primeiros socorros em casa? Se puder, faça um curativo para mim, já basta.
— Você tem certeza? — Rosana perguntou, ainda preocupada. — Tenho medo de que o corte seja profundo e que acabe infeccionando.
Manuel lançou-lhe um olhar tranquilizador e disse:
— Confie em mim, estou bem. Vá pegar a caixa de primeiros socorros, por favor.
Com as palavras reconfortantes de Manuel, Rosana respirou fundo, tentando se acalmar, e caminhou até a despensa com passos um pouco apressados e descompassados para buscar o kit de primeiros socorros.
Ajoelhada ao lado de Manuel, Rosana começou a limpar o ferimento dele com iodo, seus movimentos ainda trêmulos. Manuel gemeu de dor, e o pequeno som a fez dar um leve sobressalto.
— Está doendo muito? — Rosana ergueu o rosto, os olhos ainda marejados, e perguntou, a voz chorosa. — Por que você veio de repente até a minha casa hoje?
Manuel respondeu, com a voz baixa e serena:
— Você também foi àquele restaurante esta noite?
O coração de Rosana deu um leve salto ao ouvir a pergunta. Ela se lembrou da cena de Manuel com Joyce, e uma sensação pesada pareceu afundar em seu peito.
— Eu não quero jogar fora o cachecol e as luvas! São meus, e eu decido o que fazer com eles!
Somente então Manuel esboçou um leve sorriso e voltou a se sentar no sofá.
Rosana se ajoelhou novamente ao lado de Manuel e, com ainda mais cuidado, continuou a fazer o curativo no ferimento dele.
Quando terminou, estava exausta e suava. A cena de momentos atrás ainda se repetia na sua mente: “Se Manuel não tivesse vindo hoje... Eu realmente teria sido destruída!”
Se lembrando de Pedro e do toque indesejado, uma ânsia de vômito tomou conta dela, e Rosana se deixou cair no sofá, esgotada. Se voltou para Manuel e disse:
— Obrigada por me salvar. E foi você quem chamou a polícia, não foi?
Manuel observou Rosana. Ela agora parecia tão frágil e inocente, diferente daquela mulher orgulhosa e forte que ele conhecia.
Mas essa vulnerabilidade a tornava ainda mais preciosa aos olhos dele.
“Se eu tivesse chegado um pouco mais tarde... Nem quero imaginar o que poderia ter acontecido.”

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite!
Nossa que história chata horrível como se escreve uma mulher tão burra aff...