Esses cinco anos tinham moldado Rosana a ponto de ela fazer tudo instintivamente de acordo com as preferências de Manuel.
Mesmo em sua própria casa, ela havia perguntado sobre o que ele queria comer sem pensar duas vezes. Rosana se envergonhava desse comportamento.
Com medo de que Manuel percebesse sua agonia, ela se apressou para a cozinha e começou a preparar o almoço.
Enquanto isso, Manuel já havia aberto o computador e estava completamente imerso no trabalho.
Pouco a pouco, o pequeno apartamento foi tomado pelo aroma da comida e por uma atmosfera de leve aconchego.
Perto do horário do almoço, Rosana trouxe os pratos prontos da cozinha.
— Está na hora de comer!
Ela chamou em direção ao sofá, mas ninguém respondeu.
Só então percebeu que Manuel estava concentrado no trabalho, com a camisa azul cuidadosamente dobrada até os cotovelos, deixando à mostra a pele morena dos braços.
Seus dedos longos deslizavam rapidamente pelo teclado, e sua expressão séria, com os lábios finos comprimidos em uma linha e o olhar afiado, o deixava ainda mais atraente.
Sempre foi assim: Manuel, quando trabalhava, parecia odiar qualquer interrupção.
Rosana, então, se sentou à mesa e, apoiando o rosto em uma das mãos, não conseguiu evitar lançar um olhar furtivo a Manuel, admirando ele sem perceber o tempo passar.
Só quando ele terminou uma tarefa e desviou o olhar para ela, Rosana se deu conta de que tinha sido flagrada.
Sentiu o rosto aquecer com a intensidade daquele olhar e, se desviando rapidamente, murmurou, constrangida:
— Vamos comer antes que esfrie.
Manuel olhou para a comida na mesa e, ao sentir o cheiro, seu estômago finalmente deu sinais de fome.
Ele se sentou, pegou os talheres e provou o primeiro prato, que estava exatamente ao seu gosto.
Rosana também pegou os talheres, comendo devagar.
Enquanto Manuel saboreava a refeição preparada por Rosana, a imagem dela no passado surgiu em sua mente.
Antigamente, Rosana não precisava fazer nada, a casa sempre contava com empregados para servi-la. Mas, desde que começou a viver ao lado de Manuel, ele havia feito questão de impor a ela todo tipo de tarefa, humilhando ela, forçando ela a fazer tudo sozinha como uma forma de punição.
De repente, Manuel quebrou o silêncio e perguntou:
Manuel tomou banho primeiro, e apenas depois Rosana entrou no banheiro. Desde a noite em que tiveram relações, ele ainda sentia uma sensação residual de desejo por ela.
Mesmo tarde da noite, Manuel não conseguia dormir. Ele esperava pacientemente que Rosana saísse do banheiro.
Foi então que o silêncio foi interrompido por um grito vindo de dentro.
O coração de Manuel disparou, e ele correu imediatamente até o cômodo.
Ao abrir a porta, Rosana saltou para os seus braços como um pequeno coala, se apertando contra ele.
— Barata! Barata! — Rosana gritou, claramente apavorada.
Manuel, sem saber o que fazer, a segurou nos braços com força e, ao mesmo tempo, pegou um chinelo. Com um movimento rápido, ele atirou o chinelo na grande barata vermelha.
Felizmente, ele acertou em cheio.
Dentro do banheiro, o único som que se ouvia era o som da água e o ritmo acelerado da respiração de Rosana, misturado com a respiração ofegante de Manuel.
Ele olhou para ela, e seu olhar caiu sobre o corpo de Rosana, coberto de espuma de sabão. As gotas d'água escorriam de seu cabelo, deslizando suavemente por sua pele.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite!
Nossa que história chata horrível como se escreve uma mulher tão burra aff...