Ao ouvir a proposta de jogar e que os perdedores deveriam tirar uma peça de roupa, o rosto de Rosana mudou completamente. Ela olhou imediatamente para Manuel, com um misto de incredulidade e desconforto.
“Será que é sempre assim quando Reginaldo vem encontrar Manuel? Tão... Desinibido?”
O pensamento de que, se ela não estivesse ali, poderia haver outra mulher nos braços de Manuel a deixou profundamente incomodada.
Reginaldo, por sua vez, insistiu animado:
— Manuel, vamos jogar algumas rodadas antes de comer. Não venho para a Cidade M com frequência, hoje você tem que se divertir comigo!
Com isso, as duas mulheres ao lado de Reginaldo pegaram um jogo de dados e o colocaram na mesa.
Com um sorriso insinuante, uma delas disse:
— Vamos apostar nos pontos, Sr. Reginaldo. Se você perder, nós tiramos algo... E se for o Sr. Manuel...
Antes que pudessem terminar a frase, Manuel interrompeu firmemente:
— Rosana não sabe jogar isso. E, mesmo que soubesse, ela não jogaria.
Uma das mulheres revirou os olhos, comentando com desprezo:
— Esse é o jogo mais básico em qualquer clube, quem não sabe jogar?
Mas o semblante de Manuel já havia se fechado.
Reginaldo percebeu a tensão no ar e rapidamente lançou um olhar para as mulheres, sinalizando para que parassem de falar. Depois, tentou aliviar o clima com uma brincadeira:
— Manuel, você tem uma noiva em casa e uma amante fora, hein? Mas... Como é o nome dela mesmo?
Rosana, com os dentes cerrados, respondeu irritada:
— Meu nome é Rosana.
Se não fosse pelo fato de Reginaldo ser seu chefe, Rosana provavelmente teria se levantado e ido embora naquele momento.
Ainda assim, Reginaldo continuava tratando Rosana como se ela fosse apenas uma amante que Manuel havia levado para a noite, e o tom com que falava com ela era claramente desrespeitoso.
Ele piscou para Manuel, com um sorriso provocador, e comentou:
— Realmente admiro o seu gosto. Até sua amante é linda assim. Agora entendo por que de manhã você me mandou mensagem pedindo para eu não ser rude com ela.
Rosana congelou ao ouvir aquilo. Finalmente entendeu por que não havia recebido uma bronca de Reginaldo pela manhã: era porque Manuel havia intercedido por ela.
Ainda assim, Rosana não conseguia suportar a personalidade mordaz e depreciativa de Reginaldo. Até mesmo algo tão simples quanto Joaquim estar em casa com a esposa grávida era distorcido por Reginaldo como se ele fosse controlado pela mulher.
Mas o que mais enfureceu Rosana foi a forma como Reginaldo acabara de falar sobre ela.
Era como se sua dignidade tivesse sido completamente desrespeitada.
Rosana, visivelmente incomodada, puxou discretamente a manga do casaco de Manuel e sussurrou:
— Não estou me sentindo bem. Vou embora. Vocês aproveitem.
Sem esperar resposta, ela já estava de pé e caminhando em direção à saída.
— Rosa! — Manuel chamou, se levantando rapidamente, mas foi impedido por Reginaldo, que segurou seu braço.
— Olha só pra você! Tudo isso por causa de uma mulher? — Reginaldo reclamou, com um tom de reprovação. — Vai me dizer que quer entrar para o clube do Joaquim também?
Manuel hesitou. Ele sabia que Reginaldo vinha raramente à Cidade M e, na época em que Manuel estudava na Cidade D, os dois eram grandes amigos. Agora, com Joaquim ausente, deixar Reginaldo sozinho parecia indelicado.
Mesmo assim, Manuel permaneceu inquieto, sua mente claramente em outro lugar.
Reginaldo percebeu e, incapaz de se conter, provocou:
— Sério mesmo? Por causa de uma amante? Você está dando atenção demais a ela, e é claro que ela está fazendo drama! Amanhã mesmo, diga a ela para cair fora. Estou te avisando, Manuel, ficar muito tempo perto do Joaquim está te deixando mole.
Normalmente, a essa hora, o sono já a teria vencido.
Mas naquela noite, ela simplesmente não conseguia dormir.
“Será que, depois que eu saí, o Reginaldo chamou mais mulheres para ficar com Manuel?”
A simples ideia daquela cena fazia seu coração se apertar de uma maneira inexplicável.
De repente, o som da fechadura sendo destrancada ecoou pela sala. Assustada, Rosana correu para o quarto e se escondeu embaixo do cobertor, fingindo estar dormindo.
Ela realmente não queria conversar com Manuel agora.
Quando ele entrou, encontrou a casa mergulhada na escuridão. Ele tirou os sapatos e foi até o quarto, abrindo a porta devagar para dar uma espiada. Lá, viu Rosana aparentemente adormecida.
Aliviado, ele se mexeu com cuidado, entrou no quarto e pegou o pijama para tomar um banho. O cheiro de álcool e fumaça impregnado em suas roupas o incomodava, e ele não queria que Rosana sentisse aquilo.
Enquanto Manuel se preparava para sair do quarto, notou um leve movimento debaixo do cobertor.
Um sorriso brincou em seus lábios. Ele se aproximou da cama, se sentou ao lado dela e, com um tom suave, provocou:
— Você não está dormindo, está?
Rosana finalmente saiu de debaixo do cobertor, revelando apenas o rosto. Sob a luz suave do abajur, sua pele parecia ainda mais alva e delicada.
Manuel não resistiu e deslizou a mão para dentro do cobertor, tocando suavemente o rosto dela.
Irritada, Rosana afastou a mão dele e se enrolou ainda mais no cobertor. Com um tom ressentido, ela perguntou:
— Sr. Manuel, deve ter se divertido bastante esta noite, não é? Como ainda tem forças para vir me incomodar?
Manuel soltou uma risada baixa, se inclinou levemente e apertou o nariz dela com carinho. Com um tom carregado de insinuação, respondeu:
— Mesmo que eu me divirta lá fora, isso nunca vai me impedir de voltar para casa e fazer amor com você.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite!
Nossa que história chata horrível como se escreve uma mulher tão burra aff...