— Abram a porta! Abram essa porta para mim! — Lorena batia desesperadamente contra a porta, a voz já rouca de tanto gritar. Infelizmente, não houve nenhuma resposta.
Foi então que Lorena percebeu o quão desprezível Duarte realmente era.
Toda a gentileza de Duarte para com ela sempre esteve condicionada à sua obediência. Agora que Lorena havia descoberto seu segredo, ele nem sequer se dava ao trabalho de fingir mais. Sua verdadeira face, vil e cruel, estava completamente exposta.
A governanta, ao vê-la chorando tanto, se aproximou para consolá-la:
— Srta. Lorena, você brigou com o Sr. Duarte? Se for algo sério, tentem conversar com calma, não fique assim. Que tal comer alguma coisa primeiro? Já passa das oito horas.
Lorena não queria que ninguém a visse naquele estado tão humilhante. Enxugou as lágrimas apressadamente e disse:
— Nicole, estou bem. Pode ir para casa.
Depois que Nicole saiu, Lorena espiou pelo olho mágico e viu Enrico e mais alguns capangas postados do lado de fora da porta.
Ela sabia que aquilo era uma ordem de Duarte.
Afinal, Enrico e os outros estavam apenas cumprindo ordens.
Um sentimento de desespero a invadiu. Lorena se encolheu no sofá, abraçando os joelhos, perdida em seus pensamentos.
Já era madrugada quando o som da fechadura ecoou pela casa. Duarte finalmente havia voltado.
O homem exibia um cansaço evidente no rosto, e seu corpo exalava um forte cheiro de álcool.
Os olhos de Lorena estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. No instante em que viu Duarte, a raiva por ter sido enganada transbordou de uma vez.
Ela se levantou num rompante, caminhou até ele com passos rápidos e, sem hesitar, ergueu a mão e lhe desferiu um tapa no rosto.
Duarte havia passado a noite bebendo com Joaquim depois de sair do hospital e já estava um pouco embriagado.
Mas, naquele instante, o tapa de Lorena o fez despertar completamente.
Nos olhos dele brilhou um traço de fúria contida. Ele a puxou para si com força e, cerrando os dentes, sibilou:
— Você teve coragem de me bater? Lorena, estou te avisando, pare de agir como uma criança mimada! Eu já fui paciente demais com você.
O tom irado de Duarte fez Lorena estremecer, mas, mesmo assustada, ela não se calou:
— Duarte, você é o homem mais desprezível que eu já conheci! Além de intimidar mulheres, o que mais você sabe fazer?
Duarte ficou atônito. Ele havia se esforçado tanto para se controlar, cedido tanto por ela... E, no entanto, não conseguira sequer despertar um mínimo de afeto em Lorena.
"Então, no fim das contas, ela ainda me vê como um monstro."
Duarte soltou uma risada fria e disse:
— Isso, para você, já é intimidação? Muito bem, então vou te mostrar o que realmente significa ser intimidada!
Assim que terminou de falar, Duarte empurrou Lorena para o sofá e cobriu seu corpo com o dele, forte e imponente.
Lorena soltou um grito de surpresa, mas, antes que pudesse reagir, os lábios quentes de Duarte já haviam capturado os seus. O beijo era dominante e intenso, como um vendaval que invadia sua boca, forçando a passagem entre seus lábios macios.
As palavras dela foram como brasas atiçando a chama da ira de Duarte. O resultado era previsível.
A dor foi lancinante, dividindo seu corpo como um machado partindo madeira. Mas Lorena permaneceu em silêncio. Nem um único som escapou de seus lábios.
Ela mordia o lábio inferior com tanta força que quase o rasgava, mas ainda assim não emitiu um único gemido.
"Eu não vou deixar ele vencer. Duarte é um monstro!"
Para qualquer homem, o que acontecia ali não passava de um ato mecânico, sem prazer.
Duarte a queria, sim, mas depois de um único e frio momento de posse, se afastou rapidamente.
Se levantou, ajeitou a calça e apertou o cinto, antes de dizer, num tom que misturava ameaça e aviso:
— Se quiser viver bem, Lorena, eu ainda posso te tratar como antes. Mas, se insistir em me desafiar, tente só ver até onde sou capaz de ir para te fazer implorar!
Lorena permaneceu inexpressiva. Sem dizer nada, se forçou a se levantar, cada movimento trazendo consigo uma dor cortante.
Passo a passo, se afastou, sem olhar para trás.
A voz fria de Duarte cortou o silêncio:
— Aonde você vai?
— Tomar banho .— Respondeu ela, sem hesitar. — Estou imunda.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite!
Nossa que história chata horrível como se escreve uma mulher tão burra aff...