Lorena manteve o tom desafiador e disse:
— Pode usar todos os seus truques contra mim. No pior dos casos, eu morro nas suas mãos! Alguém como você... Duvido que nunca tenha matado ninguém.
Duarte assentiu e respondeu:
— Já que você mesma disse isso, então vamos ver! — Após falar, ele gritou em direção à porta: — Enrico, entre!
Logo, Enrico entrou, mantendo a cabeça baixa, sem ousar levantar o olhar.
Ele se curvou levemente e perguntou:
— Chefe, o que deseja?
Duarte ordenou:
— A partir de agora, se a Srta. Lorena não comer, a mãe dela também não come! Quero ver quem aguenta mais tempo sem se alimentar, se a Sra. Lopes ou a Srta. Lorena.
Lorena ergueu a cabeça, surpresa, seus olhos se arregalando enquanto encarava Duarte.
— Você está sendo cruel demais! — Exclamou, furiosa. — Duarte, além de intimidar mulheres e idosos, você não sabe fazer mais nada, não é?
Duarte se agachou diante dela, levantando a mão para acariciar lentamente o rosto de Lorena, que transbordava de raiva.
— Se você fosse um pouco mais obediente, eu precisaria fazer isso com você?
Para Lorena, o toque de Duarte parecia a língua fria e escorregadia de uma serpente. O simples deslizar daquelas mãos sobre sua pele a fez estremecer completamente.
Com a voz sombria, Duarte questionou:
— Você vai comer ou não? Se recusar agora, sua mãe ficará três dias sem comida. O que me diz?
O corpo de Lorena tremia, fosse de indignação ou de medo. No fim, ela não teve escolha senão ceder:
— Eu como.
Mas Duarte não estava disposto a deixá-la escapar tão facilmente. Pessoas tão insubordinadas como ela precisavam aprender uma lição.
Ele apontou para os objetos espalhados no chão, resultado da fúria de Lorena, e ordenou:
— Então limpe essa bagunça.
Irritada, Lorena desceu do sofá, lançou um olhar fulminante para ele e, sem alternativa, se agachou ao lado da mesa para recolher os restos espalhados.
Enquanto isso, Duarte caminhou até a geladeira, abrindo ela para verificar os ingredientes disponíveis.
Nicole havia sido expulsa por Lorena mais cedo e, como a própria Lorena não sabia cozinhar, restava a ele mesmo preparar a refeição.
— O que você quer comer? — Perguntou, analisando os alimentos dentro da geladeira.
Lorena, contendo a frustração, respondeu de forma indiferente:
— Tanto faz.
Duarte a encarou e avisou:
— Se eu fizer a comida e você não comer, vou ter que te dar um castigo.
Ela não disse nada, apenas continuou recolhendo os cacos espalhados pelo chão.
Foi então que um estilhaço afiado de porcelana cortou sua mão.
— Já está bom, é só um corte pequeno.
Nesse momento, a voz de Enrico veio do lado de fora da porta:
— Chefe, trouxemos a comida!
Duarte observou a expressão abatida de Lorena e disse:
— Enquanto você comer direitinho, eu não farei nada contra sua mãe.
Mas para Lorena, aquelas palavras já não significavam nada. No fim, tudo se resumia ao mesmo jogo cruel: se ela obedecesse, Duarte a tratava com condescendência, afagando sua cabeça como se ela fosse um animal domesticado; se resistisse, ele mostrava sua verdadeira face e a fazia pagar caro por sua insubordinação.
Um sorriso irônico surgiu em seus lábios. "O que eu sou para Duarte, afinal?"
No entanto, por sua mãe, ela engoliu o orgulho e cedeu. Se sentou e começou a comer em silêncio.
Mesmo sem vontade, se forçou a engolir cada garfada, como se aquilo fosse um castigo imposto a si mesma.
Duarte observava atentamente e, ao perceber que ela já havia comido o suficiente a ponto de quase passar mal, finalmente falou:
— Se não consegue mais comer, pare. Mas a partir de agora, quero que você se alimente assim todos os dias. Entendido?
Lorena conteve o nojo e o desgosto que borbulhavam dentro dela e assentiu levemente, sem discutir.
Ela estava bem mais calma do que na noite anterior. E, para Duarte, aquela tensão entre eles também não era confortável.
Ele quebrou o silêncio, sua voz soando mais branda:
— Quero te explicar sobre o que aconteceu com Domingos.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite!
Nossa que história chata horrível como se escreve uma mulher tão burra aff...