Lorena estava pálida como um fantasma. Naiara, por outro lado, sorriu ainda mais e disse:
— Espere e verá. Em breve, conseguirei formular o antídoto. Quando isso acontecer e sua memória voltar, talvez você perceba o quão ridículo é estar tão furiosa por causa de Duarte!
Após dizer isso, Naiara pegou sua mala e foi embora.
No caminho de volta, as palavras de Naiara ecoavam na mente de Lorena como um feitiço maligno.
Quem dirigia o carro era Enrico.
Ele tinha visto Naiara e Lorena conversando mais cedo. Embora não soubesse exatamente o que elas haviam dito, sentia um pressentimento ruim.
Observando o rosto pálido de Lorena pelo retrovisor, Enrico disse:
— Srta. Lorena, Naiara pode ser meio impulsiva. Se ela fez algo que a ofendeu, peço desculpas em nome dela.
De repente, Lorena perguntou:
— Que história é essa de antídoto?
Enrico se assustou tanto que, num impulso, parou o carro bruscamente no acostamento.
A reação dele só confirmava que Naiara não estava mentindo.
Eles estavam escondendo algo dela.
O tom de Lorena se tornou mais severo:
— Fale agora! Se você não me contar, eu mesma vou perguntar a Duarte.
— Não faça isso! — Enrico tentou impedi-la imediatamente.
Se Lorena fosse atrás de Duarte, ele descobriria que Naiara havia revelado algo. E, conhecendo o temperamento dele, Naiara estaria com muitos problemas.
Ele não podia permitir que isso acontecesse.
Por isso, Enrico acabou confessando:
— Na época, conseguimos duas doses do antídoto. Uma foi dada à mãe de Durval, e a outra... O chefe usou para testar em Naiara.
A voz de Enrico foi sumindo até quase desaparecer. Ele mal conseguia encarar Lorena.
O coração dela foi tomado pelo desespero. Ela jamais imaginaria que Naiara estava dizendo a verdade.
Inspirando fundo para manter a calma, Lorena perguntou:
— Então me diga... Por que Duarte fez isso? O que ele não quer que eu me lembre?
Enrico sabia exatamente a resposta, mas como poderia contar?
Se revelasse tudo, Lorena certamente iria atrás de Duarte para tirar satisfações.
E quando isso acontecesse... Não duvidava nem por um segundo que, no calor do momento, Duarte pudesse acabar lhe dando um tiro!
Enrico não teve outra escolha a não ser fingir que não sabia de nada. Amedrontado, respondeu:
Duarte deve ter dado ordens para que voltassem o quanto antes.
— Sim, estou quase chegando ao hospital. Não se preocupe, eu a levarei de volta em segurança. — Após desligar, Enrico arriscou um olhar para Lorena e perguntou, hesitante. — Srta. Lorena... Podemos voltar agora?
Lorena respirou fundo para conter suas emoções antes de dizer:
— Tudo o que eu perguntei hoje... É melhor que você não conte nada a Duarte. Você sabe tão bem quanto eu o que ele pode fazer se descobrir.
Enrico, na verdade, não tinha medo por si mesmo. Seu maior medo era que Duarte descontasse sua raiva em Naiara.
Já que Lorena queria manter isso em segredo, ele estava mais do que disposto a concordar.
Enrico assentiu apressadamente e disse:
— Srta. Lorena, eu jamais contaria sobre isso.
Assim, ele voltou a dirigir em direção ao hospital.
No caminho, Lorena pensou em muitas coisas. Se voltasse agora e confrontasse Duarte, ou se fizesse birra como antes, o resultado final certamente seria o mesmo: ser presa por ele de maneira irracional, sem conseguir mudar nada.
Por isso, acabou decidindo fingir que nada havia acontecido e esperar que Naiara desenvolvesse o antídoto. Dessa forma, poderia recuperar a memória e descobrir o que realmente aconteceu antes de perder as lembranças o que teria deixado Duarte tão apavorado com a possibilidade de ela se lembrar?
No entanto, diante daquele homem que repetidamente a enganou e manipulou, Lorena já não sentia mais nada além de decepção. Não havia mais qualquer expectativa.
Ficar ao lado de Duarte agora significava apenas aguardar a oportunidade certa. No momento em que ele baixasse a guarda, ela fugiria dali com a mãe.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite!
Nossa que história chata horrível como se escreve uma mulher tão burra aff...