Lorena percebeu que Alice realmente não tinha cabeça para aprender piano, então deixou que a menina ficasse desenhando ao seu lado.
Duas horas depois, quem veio buscar Alice foi uma mulher jovem, vestida com um clássico terninho preto.
Alice explicou:
— Srta. Lorena, esta é a babá da minha casa.
O rosto da mulher escureceu um pouco, mas, ainda assim, forçou um sorriso, aceitando aquele título sem discutir.
Alice correu até Lorena e cochichou baixinho:
— Srta. Lorena, você tem que guardar segredo para mim, hein! Eu confio em você!
Nesse momento, a babá jovem tirou um envelope grosso da bolsa e o entregou:
— Srta. Lorena, isto foi o meu patrão que pediu para entregar a você. É a mensalidade das aulas de Alice para o próximo mês.
A mulher foi bastante educada, mas Lorena se sentiu desconfortável em aceitar o dinheiro.
Ela sorriu, um pouco sem jeito, e devolveu o envelope à babá:
— Por favor, diga ao pai de Alice que ela é uma menina muito talentosa e dedicada. Eu ficarei feliz em ensiná-la de graça.
— De graça? — A babá olhou para Lorena, surpresa, e pareceu hesitar. — Isso não me parece certo... Vai tomar muito do seu tempo, e vejo que você já tem muitos alunos. Está sempre ocupada.
Lorena realmente não conseguiu pensar em mais desculpas para recusar o pagamento.
No fim, só conseguiu insistir que gostava muito de Alice, que isso era um tipo de destino e que, de qualquer forma, não precisava de dinheiro.
Vendo que Lorena não aceitaria o pagamento de jeito nenhum, a babá guardou o envelope e disse:
— Nesse caso, muito obrigada, Srta. Lorena. Vou contar isso ao meu patrão. Alice, vamos para casa. Se despeça da professora.
E assim, Lorena finalmente conseguiu mandar Alice de volta.
Lorena suspirou, um tanto sem paciência, e explicou:
— O senhor está enganado. Alice simplesmente não gosta de piano. Ela disse que prefere desenhar.
O tom de Ademir se tornou mais duro:
— Não se esqueça de que você é uma professora. E professores têm a obrigação de corrigir as crianças, não de incentivá-las a fazer o que bem entendem. Mas você não só deixou de cumprir seu papel, como ainda a encorajou. Se eu não tivesse percebido isso a tempo, quanto tempo mais minha filha teria desperdiçado aqui com você?
Aquela série de acusações fez com que a paciência e a boa vontade de Lorena se esgotassem.
"Ainda mais considerando que... Eu não devo nada para Ademir! Por que eu teria que aguentar isso?"
Por isso, sua resposta veio em um tom frio:
— Sr. Ademir, e para o senhor, o que seria o certo? Na minha visão, piano e desenho são ambos interesses artísticos. E, sendo assim, a escolha deveria ser da criança. Se Alice gosta mais de desenhar, então deveria ser incentivada nisso, e não forçada a aprender algo que não quer! O senhor está tentando impor a ela os seus próprios gostos! Eu entendo que sente falta da sua falecida esposa, mas Alice ainda é tão pequena... O senhor realmente precisa colocar esse peso sobre ela?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite!
Nossa que história chata horrível como se escreve uma mulher tão burra aff...