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Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite! romance Capítulo 1869

Duarte balançou a cabeça, como se não quisesse acreditar nas palavras de Naiara.

Os lábios de Lorena se curvaram em um sorriso frio, e ela disse:

— Talvez você a veja como uma irmã, mas Naiara não te vê como um irmão. Ela me disse, com suas próprias palavras, que o antídoto foi algo que você fez questão de não me dar, preferindo usá-lo nela como um experimento. Então, Duarte, me diga, o que você está escondendo de mim? Por que você se recusa a me deixar lembrar do que aconteceu?

Talvez pela surpresa do momento, Duarte ficou um pouco atordoado.

Ele jamais imaginou que Lorena já soubesse sobre o antídoto.

Agora, diante dela, Duarte sequer ousava encarar os olhos de Lorena.

Era como se as palavras que ele segurava em suas mãos escorressem lentamente entre seus dedos.

Lorena sorriu amargamente e disse:

— Até agora, você ainda se recusa a ser sincero? O que há de tão grave que não pode me contar? Será que você pretende me manter presa em mentiras que você mesmo criou, me fazendo parrecer uma idiota?

— Rena... — Duarte hesitou por um longo momento, antes de falar. — Eu só queria te ver feliz. Não queria que você ficasse presa ao passado, aquelas coisas, elas já não têm importância.

A emoção de Lorena se intensificou de repente, e sua voz ficou embargada, como se estivesse prestes a chorar:

— Mas, para mim, elas são muito importantes. Se eu não posso lembrar do que aconteceu antes, então é como se eu tivesse vivido mais de vinte anos à toa! Você não acha que isso é cruel?

Duarte ficou em silêncio, as palavras de Lorena o deixando cada vez mais inquieto.

Lorena enxugou uma lágrima que escorria pelo canto de seu olho e disse:

— Desde o começo, você disse que era meu noivo, mas isso tudo não passa de mentira, não é? Eu não consigo acreditar que eu possa gostar de alguém como você.

— Alguém como eu? — Duarte repetiu, refletindo sobre o que ela havia dito. — O que há de errado em ser como eu? Lorena, fui eu quem te salvou, sou o teu salvador! Eu fiz tanto por você... E você, em troca, me rejeita! Então, eu tento me esforçar ainda mais, me tornar alguém que você poderia gostar, e mesmo assim, por que é tão difícil aquecer o seu coração?

No final, a voz de Duarte foi se elevando, como um animal perdido, desesperado, quase à beira do colapso.

— Pare de encher a cabeça da Lorena com essas besteiras!

Depois de vê-lo sair, Natacha entrou rapidamente no escritório.

— Rena, você está bem? — Ela perguntou, aflita, pois ouvira os gritos de Duarte do lado de fora. — Meu irmão não te machucou, machucou?

Lorena negou com a cabeça e respondeu:

— Não, ele não encostou um dedo em mim.

Às vezes, era até irônico. Duarte era do tipo que perdia a paciência facilmente, gritava e brigava sem pensar duas vezes. E, no entanto, ele parecia nunca ter levantado a mão contra ela.

Lorena fitou Natacha e perguntou:

— Você ouviu toda a nossa conversa?

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