Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite! romance Capítulo 1946

Embora Duarte também tivesse levado Lorena a sério, e até tivesse gasto muito dinheiro por causa dela, Lorena não gostava desse tipo de sentimento, que trazia consigo humilhação e engano.

Já Ademir era diferente. Sua presença trazia uma sensação de calor, ele tinha capacidade, mas não fazia questão de se exibir.

Ademir era sério e igualitário com Lorena, e ela podia sentir que ele se esforçava para preservar sua autoestima.

— Obrigada, eu gostei muito deste copo. — Lorena segurou o copo nas mãos, satisfeita.

Não importava se Ademir tinha gasto duzentos mil reais em um piano só para vê-la uma vez, ou se ele gastou duzentos reais em um copo térmico para ela. Lorena se sentia feliz.

Talvez, fosse isso o que chamavam de amor.

Ademir a aconselhou:

— Agora que o tempo está seco, beba bastante água, não se sobrecarregue.

— Eu sei. — Lorena sorriu de leve, e até seus olhos refletiam alegria.

Ademir não ousou mais olhar diretamente para Lorena, temia que, se continuasse assim, não conseguisse mais sair do lugar.

— Vou dar uma olhada nos outros quartos.

Ademir acenou com a cabeça para Lorena e saiu do quarto de Domingos.

Lorena olhou para o copo térmico em suas mãos, de cor rosada, como o estado de seu coração naquele momento, que parecia estar borbulhando em tons de rosa.

Foi então que ela percebeu que Domingos, que estava deitado na cama, já havia adormecido, mas, de alguma forma, havia acordado.

Ela tinha falado baixo para não acordá-lo enquanto conversava com Ademir, mas, mesmo assim, ele acordou.

Lorena não sabia se Domingos havia ouvido a conversa, e se tinha entendido o que haviam dito.

Será que, se ele tivesse entendido, contaria para Duarte?

Nesse instante, Lorena sentiu uma onda de nervosismo, e perguntou:

— Domingos, você não estava dormindo?

Domingos esfregou os olhos sonolentos e respondeu:

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