Rosana se assustou quando o celular tocou. O som ecoou pelo escritório, fazendo seu coração acelerar ainda mais. Ela rapidamente colocou o celular no modo silencioso e saiu correndo dali, com medo de ser pega. Se sentia terrivelmente mal por agir como uma ladra, cada passo uma mistura de culpa e adrenalina.
De volta ao quarto, ela se encostou na porta, tentando recuperar o fôlego. Viu que a ligação era de Natacha e suspirou de alívio.
— Natacha, por que você está me ligando no meio da noite? Quase me matou de susto. — Disse Rosana, tentando manter a voz baixa para não acordar ninguém.
— Rosa, preciso te contar uma coisa. — Natacha disse, parecendo hesitante. Sua voz estava baixa, quase um sussurro, cheia de preocupação. — Pensei a noite toda e acho que você precisa saber.
— O que houve? Você está me assustando. — Rosana respondeu, intrigada e ainda ofegante. Seu coração estava pesado com a tensão acumulada da noite.
— Ontem, vi o Pedro com outra mulher comprando roupas. Joaquim também viu. — Natacha hesitou por um momento antes de continuar.
Rosana ficou em choque. Sentiu um aperto no peito, como se o ar tivesse sido sugado de seus pulmões.
— Você tem certeza de que era o Pedro? — Demorou um pouco antes de conseguir falar. Sua voz saiu trêmula, um reflexo do turbilhão de emoções que sentia.
— Claro que era ele! Hoje no almoço, enquanto você estava no banheiro, eu o confrontei e ele admitiu. — Natacha disse. — Rosa, você precisa ter cuidado. O Pedro mudou, não é mais o mesmo de antes.
Rosana apertou o celular com força, os nós dos dedos ficando brancos. Pensou nas palavras doces de Pedro e no pedido para pegar os arquivos do pai. Ela se sentia dividida, um conflito interno entre a lealdade ao amor e a desconfiança crescente.
— Talvez ela seja só uma amiga ou cliente. Meu pai também acompanha clientes mulheres às vezes. — Disse Rosana, tentando justificar, mas sua voz tremia com a incerteza.
— Rosa, não era uma cliente. Eu gravei um vídeo, mas o Joaquim deletou. Por favor, acredite em mim, eu só quero o seu bem. — Natacha insistiu, sua voz carregada de urgência.
Rosana confiava em Natacha, mas era difícil aceitar qualquer coisa negativa sobre Pedro. Se ela não visse com seus próprios olhos, não acreditaria que ele pudesse trair ela.
Rosana encontrou Pedro e, com o coração pesado, devolveu o pen drive. Ela mal conseguia olhar para ele, seus olhos fixos na paisagem do lado de fora do carro, onde estavam sentados.
— Desculpa, Pedro, mas eu não consigo fazer isso. — Disse Rosana, a voz fraca e vacilante. — Se meu pai descobrisse, ele ficaria devastado.
Pedro pareceu desapontado por um segundo, suas sobrancelhas se juntando em uma expressão de frustração, mas ele rapidamente disfarçou. Forçou um sorriso suave, abraçando-a gentilmente.
— Tudo bem, Rosa. Vou encontrar outra solução. Eu nunca quis te envolver nisso. Eu só quero que você seja feliz e despreocupada.
Enquanto ouvia as palavras tranquilizadoras de Pedro, Rosana lembrou das coisas que Natacha contou na noite anterior. Seu coração apertou ainda mais, um nó de ansiedade se formando em sua garganta.
Ela não roubou os arquivos do pai e Pedro não parecia zangado. Isso deveria ser um alívio.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite!
Nossa que história chata horrível como se escreve uma mulher tão burra aff...