Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite! romance Capítulo 601

Assim que chegou à entrada do hospital, Natacha foi cercada por uma enxurrada de repórteres que apareceram de todos os lados, como abutres se reunindo em torno de uma presa indefesa. Ela mal teve tempo de reagir antes que os microfones e câmeras fossem empurrados em sua direção, uma avalanche de perguntas sendo jogada sobre ela sem piedade.

— Você é a Dra. Susan, certo? — Um dos repórteres, um homem alto e de olhar penetrante, foi o primeiro a se aproximar, a voz carregada de uma curiosidade que beirava o hostil. — Essa ao seu lado é a mãe do paciente que faleceu?

Natacha sentiu um nó se formar em seu estômago. Ela estava acostumada a lidar com a imprensa em ocasiões positivas, quando divulgava suas conquistas científicas e pesquisas de sucesso. Mas agora, a situação era completamente diferente. Nunca antes ela tinha se visto cercada, sendo pressionada por perguntas maliciosas e insidiosas.

Ao invés de responder e dar margem para que distorcessem suas palavras, Natacha preferiu manter o silêncio. Ela sabia que qualquer coisa que dissesse poderia ser usada contra ela, distorcida de maneiras que nem podia prever. Sem hesitar, Natacha pegou o celular, os dedos rapidamente trêmulos, e ligou para a segurança do hospital.

Ela lançou um olhar frio e desdenhoso para os repórteres, uma expressão que dizia claramente que não se intimidava com a presença deles. Não disse uma palavra sequer, sabendo que o silêncio era sua melhor defesa naquele momento. Aqueles que perceberam sua postura inabalável mudaram de alvo, focando agora na mãe do paciente, que, ao contrário de Natacha, estava visivelmente em pânico.

— Você é a mãe do paciente, certo? Por que está ao lado da Dra. Susan? Ela te ofereceu algum suborno para não expor a verdade e proteger a reputação dela? Pode falar, nós estamos aqui para garantir que a justiça seja feita. Estamos do seu lado! — Um dos repórteres gritou, sua voz estridente cortando o ar como uma lâmina, enquanto os outros cercavam a mulher como uma matilha de lobos famintos.

De repente, um turbilhão de flashes e câmeras se voltou contra a pobre mulher. A mãe, uma simples camponesa, ficou paralisada pelo medo, seus olhos arregalados em terror. Ela nunca tinha passado por algo assim, e a pressão da situação começou a desmoronar suas defesas.

— Não tirem fotos de mim! Não sei de nada! Por favor, não me perguntem nada! — A voz dela saiu desesperada, quase sufocada pelo pânico que a dominava. Aterrorizada, ela tentou cobrir o rosto com as mãos, na esperança de se esconder dos flashes incessantes, mas alguns repórteres começaram a puxar suas mãos, expondo seu rosto para as câmeras, como se sua dor fosse um espetáculo para ser registrado e explorado.

A pressão foi demais para ela. A mulher começou a chorar, lágrimas escorrendo por suas bochechas pálidas enquanto soluços sacudiam seu corpo frágil. O som do choro dela cortava o coração de Natacha, que sentiu uma onda de indignação tomar conta de si. Não aguentou mais assistir àquela cena cruel. Imediatamente, se colocou entre a mãe e os repórteres, protegendo-a com seu próprio corpo como se fosse um escudo.

Com um movimento rápido e decidido, Natacha pegou o microfone do repórter mais insistente, sua mão firme, sem tremer. Ela encarou o homem diretamente nos olhos, sua voz saindo fria e cortante como o gelo:

— Entre todos os jornalistas aqui, você é o que está fazendo mais barulho. Como pode afirmar que eu prejudiquei a criança dela ou que estou envolvida com o marido de outra pessoa? Você viu isso com seus próprios olhos?

O repórter ficou surpreso com a atitude de Natacha, seus olhos se arregalando ligeiramente em choque. Ele não esperava que a mulher, que parecia tão delicada, tivesse uma postura tão agressiva, tão imponente. Por um momento, ele perdeu a fala, a confiança desaparecendo diante da força inesperada dela. E, em um giro inesperado, Natacha virou o jogo, agora ela quem pressionava o repórter, que antes se achava no controle.