Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite! romance Capítulo 644

Joaquim não conseguia esconder a frustração e o arrependimento que queimavam em seus olhos. — Com Gabriel, você aprendeu a ser fria. Já que é assim, não vou mais te procurar. Se cuide! — Disse ele, com a voz embargada de dor, mas mantendo uma postura rígida, como se quisesse proteger o que restava de sua dignidade.

Sem mais palavras, ele lançou um último olhar para os dois, um olhar que misturava tristeza e amargura, e saiu, decidido.

Os olhos de Natacha ardiam, a lembrança dos momentos recentes com Joaquim passando como um filme em sua mente. Ela lutou para segurar as lágrimas que ameaçavam cair, forçando um sorriso que não alcançava seus olhos. Tentando minimizar a situação para Gabriel, ela disse com a voz um pouco trêmula:

— Ele é só um estranho. Não tem importância, nós nem nos conhecemos direito.

Gabriel olhou para Natacha, observando cada detalhe em seu rosto, tentando ler além das palavras. Mesmo depois de Rafaela ter revelado toda a verdade, ele optou por acreditar nela, ou talvez por querer acreditar. Com um olhar terno, ele disse suavemente, sua voz cheia de carinho:

— Natacha, fiquei feliz que você tenha me escolhido agora há pouco.

Natacha tentou ignorar a tristeza que ainda pesava em seu coração, repetindo para si mesma que Gabriel era o homem que realmente a amava. Se não desse valor a isso, estaria traindo seus próprios sentimentos, tal como Joaquim havia feito com ela. Com uma seriedade que não conseguia esconder a dor que sentia, ela respondeu:

— Eu sempre vou te escolher. Como posso comparar você com ele? Um homem infiel nunca é confiável! A partir de hoje, vou levar nosso relacionamento a sério... E vou tentar aceitar você como o pai da Otília e do Adriano.

Essas palavras pegaram Gabriel de surpresa. Ele sentiu uma onda de emoção tomar conta de seu peito, quase o impedindo de responder de imediato. Pensava que Natacha ainda estava chateada por ele ter chamado a polícia para denunciar Joaquim, mas não esperava que ela fosse tão sincera e carinhosa agora. Ele ficou tão emocionado que quase a levantou no ar para girar de felicidade, se sentindo como um adolescente apaixonado. No entanto, se lembrando de que estavam no estacionamento do hospital, manteve a compostura, embora seus olhos brilhassem com uma felicidade quase infantil.

Ele segurou a mão dela com cuidado, como se temesse que aquele momento pudesse ser um sonho que desapareceria a qualquer instante, e, de repente, disse com sinceridade:

— Que tal este fim de semana? Vou te levar para conhecer meus pais.

Natacha ficou um pouco hesitante. Sua primeira reação foi pensar que era cedo demais. Ela mordeu o lábio inferior, olhando para o chão como se estivesse em conflito interno. Mas, ao refletir, percebeu que talvez estivesse sendo indecisa e evitando dar passos à frente. Talvez Gabriel estivesse certo em guiá-la para avançar.

— Tá bom, eu topo. — Respondeu ela, tentando parecer mais confiante do que realmente se sentia. O sorriso que ela deu era pequeno, mas sincero. Ainda incerta, Natacha perguntou, sua voz carregada de dúvida. — Seus pais sabem que eu tenho dois filhos? Será que eles vão me aceitar? Gabriel sorriu, despreocupado, seu semblante relaxado como se estivesse certo de cada palavra que diria.

— Fique tranquila. Minha mãe é uma pessoa muito gentil. Ela não se preocupa com essas coisas. Tenho certeza de que ela vai adorar você. — Disse ele, sua voz repleta de confiança. Ele sabia que sua mãe acolheria Natacha de braços abertos, e queria que ela sentisse essa segurança também.