Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite! romance Capítulo 647

Natacha saiu uma hora mais cedo do trabalho, planejando mudar o visual para algo mais suave e elegante.

Embora fosse sexta-feira, o hospital ainda estava lotado, e os elevadores estavam cheios, sem subir ou descer rapidamente. Com o cansaço começando a pesar, ela suspirou, frustrada, enquanto observava as portas dos elevadores se abrindo e fechando, sempre lotados. Depois de alguns minutos, Natacha percebeu que o elevador ao lado da ala de Obstetrícia estava praticamente vazio, então decidiu ir para lá, apressando o passo.

Não muito longe dali, Rosana estava sentada em uma cadeira, suas mãos apertadas no colo, como se estivesse tentando se manter firme. A angústia a consumia por dentro, uma sensação de vazio que parecia aumentar a cada segundo. Naquele momento, o celular dela tocou, tirando ela de seus pensamentos. Ao ver o nome que aparecia na tela, seu corpo ficou rígido, e um arrepio percorreu sua espinha. Mesmo assim, ela atendeu, o coração batendo forte no peito.

Do outro lado da linha, a voz fria de Manuel soou, cortante como uma lâmina.

— Você já tomou a injeção anticoncepcional? — Ele perguntou, sem rodeios, sem um pingo de emoção.

Nos últimos cinco anos em que estiveram juntos, Rosana sempre tomava pílulas anticoncepcionais após suas transas. Mas recentemente, talvez por ter abusado do uso dessas pílulas, ela começou a ter problemas estomacais, com dores constantes e vômitos. Quando Manuel a levou ao hospital para exames, descobriram que esses eram efeitos colaterais dos medicamentos. Mesmo assim, ele não permitia que ela engravidasse, e seguindo a recomendação do médico, Manuel a mandou tomar a injeção anticoncepcional.

Rosana sentiu uma tristeza profunda invadir seu coração, como uma onda de desespero que quase a fez desmoronar ali mesmo.

— Ainda estou esperando minha vez, não fui chamada. — Ela respondeu, com calmo, lutando para manter o tom neutro, enquanto segurava o telefone com força.

— Termine logo com isso e depois vá ao Hotel Kim, no endereço que te enviei. — O tom de Manuel era apenas de comando, sem qualquer traço de afeto, como se estivesse dando ordens a alguém que não passava de um objeto.

Rosana concordou, mesmo sabendo que ele não podia vê-la. Ela se sentia exausta, como se cada palavra que ele dizia drenasse um pouco mais de sua força. Quando essa vida interminável chegaria ao fim?

Ela desligou o telefone, os dedos tremendo, e ficou parada, perdida em seus próprios pensamentos, se sentindo completamente vazia por dentro. Até que algo chamou sua atenção de repente, uma figura familiar se destacando no meio da multidão. Seu olhar se fixou em um rosto que ela conhecia bem, mas que não via há tanto tempo.

Era Natacha! Não havia dúvida, era ela!

Rosana sentiu uma avalanche de emoções invadir seu peito. Como isso era possível? Ela pensou que nunca mais a veria. Nos últimos cinco anos, ela havia sentido falta de Natacha, uma saudade que a corroía por dentro. E agora, inesperadamente, ela estava ali, diante dela, como um fantasma do passado.

Naquele momento, a enfermeira começou a chamar o nome de Rosana, mas como ela poderia simplesmente deixar Natacha ir embora? Ignorando a chamada, Rosana se levantou de repente, seu coração disparando, e correu em direção ao elevador, o pânico começando a se misturar com a euforia. Ela precisava falar com Natacha, precisava saber o que havia acontecido.

Coincidentemente, as portas do elevador se abriram no exato momento em que Natacha estava prestes a entrar, mas antes que ela pudesse dar mais um passo, uma mão a segurou, puxando ela para trás com urgência.