Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite! romance Capítulo 659

Rafaela ficou completamente apavorada. O jeito como Natacha a encarava, com um olhar afiado e determinado, deixava claro que ela não era mais tão fácil de manipular como antes. Aquela mulher que um dia havia sido sua marionete agora parecia estar muito à frente, ameaçadoramente à frente. Com o perigo iminente para Domingos, Rafaela teve que engolir sua raiva e se controlar, mesmo que isso a deixasse à beira de um colapso.

Ela olhou para o filho, ainda inconsciente na cama do hospital, o pequeno corpo tão frágil que seu coração apertou. A angústia explodiu em palavras afiadas que escaparam antes que ela pudesse se segurar:

— Por que estão demorando tanto para fazer a transfusão? Se algo acontecer com o Domingos, você vai pagar caro por isso!

Naquele momento, uma enfermeira entrou apressada, sua expressão séria contrastando com a agitação no quarto.

— Dra. Susan, temos um problema. Há uma emergência na sala de cirurgia com um paciente em estado crítico de hemorragia. Todo o sangue do tipo B do banco foi direcionado para lá. No momento, estamos sem sangue B disponível no hospital. — Disse ela rapidamente, com uma voz urgente.

O pânico tomou conta de Rafaela instantaneamente. Sua mente começou a girar, incapaz de processar a informação. Ela sentiu como se estivesse prestes a desmoronar ali mesmo.

— O que vamos fazer agora? Pensem em algo, rápido! — A voz de Rafaela subiu várias oitavas, o pânico evidente em cada sílaba.

Natacha, no entanto, não parecia disposta a lidar com mais uma crise de histeria.

— Pra que esse escândalo todo? — Rugiu ela, com uma voz cortante, lançando um olhar duro para Rafaela antes de continuar. — Quando o banco de sangue está sem estoque, a primeira recomendação é que a própria família faça a doação. Ele é seu filho, não é? Em vez de ficar gritando, por que você não vai logo doar sangue? Qual é o seu tipo sanguíneo?

— Meu sangue é do tipo A. Não serve para o Domingos. — Respondeu Rafaela, a impaciência em sua voz era evidente.

— E seu marido? — Natacha não hesitou, suas palavras foram rápidas e precisas, quase como uma ordem disfarçada de pergunta. — Ligue para ele e pergunte o tipo sanguíneo. Se for B, problema resolvido.

Rafaela sentiu o coração disparar. Ela se lembrou vagamente que Joaquim também tinha sangue tipo A. Então eles não teriam um filho com tipo B.

— Você ainda vai salvar seu filho ou não? Liga para seu marido agora! — Natacha disse com frieza, vendo que ela estava distraída.

— Ele... Ele está ocupado. Não tem tempo. — Rafaela respondeu, claramente nervosa, desviando o olhar. — Ligue para outros hospitais e consiga o sangue de lá. Tipo B não é tão raro assim. — Ela tentou soar autoritária, mas sua voz tremia, revelando a insegurança por trás de suas palavras.