Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite! romance Capítulo 708

Joaquim ficou em silêncio por um momento antes de retrucar:

— Como pode haver uma coincidência dessas? Como é que tudo acontece justamente com a Srta. Rafaela?

Xavier, percebendo que o coração de Joaquim pendia para o lado de Natacha, rapidamente concordou:

— Exato, eu também acho que a Sra. Camargo não é desse tipo! A Srta. Rafaela está o tempo todo querendo ser a Sra. Camargo, talvez tenha desejado tanto que começou a ter alucinações, a ponto de jogar qualquer sujeira na nossa senhora.

Joaquim permaneceu em silêncio por muito tempo, antes de falar em um tom baixo:

— Pode sair! Não comente sobre isso com mais ninguém.

Xavier saiu, mas o olhar de Joaquim carregava uma profunda tristeza e seriedade.

Na verdade, Joaquim já deveria saber que Rosana não deixaria de contar tudo a Natacha. Com a personalidade de Natacha, ela jamais tentaria destruir o relacionamento de Joaquim e sua esposa só porque Rafaela estava envolvida. A única explicação é que Natacha já sabia o que havia acontecido no passado.

Por isso, Natacha odiava Joaquim e queria se vingar dele. Joaquim sempre se enganava, mesmo tendo notado o quão calma Natacha estava quando foi pedida em casamento, seus olhos estavam tão serenos que não havia o menor traço de alegria. Até o sorriso de Natacha era extremamente forçado.

Joaquim curvou os lábios em um sorriso amargo. Na verdade, sua razão ainda estava presente, mas desta vez, ele não queria acreditar na razão, só queria acreditar em Natacha. Enquanto Natacha dissesse que não era verdade, Joaquim acreditaria nela.

No passado, a falta de confiança de Joaquim em Natacha a fez sofrer demais, e ele perdeu muitas oportunidades por isso. Então, desta vez, mesmo que Natacha estivesse com uma faca na mão, Joaquim continuaria a avançar. Ele apostava que Natacha não cravaria essa faca em seu coração.

...

À noite, Joaquim fingiu que nada havia acontecido e foi buscar Natacha. Hoje, na Sala de Música Cidade M, o grupo que Natacha mais gostava de ouvir no passado faria uma apresentação. Joaquim havia reservado os ingressos com antecedência, planejando levá-la para assistir.

No entanto, Natacha parecia um pouco desanimada, como se não estivesse muito interessada.

Joaquim tentou entender:

Natacha olhou fixamente para Joaquim e respondeu com calma:

— E o que tem isso? Somos pessoas instruídas, não fizemos nada de errado. Ou será que você tem medo de que, indo agora, possamos ser assombrados por fantasmas?

Joaquim percebeu que havia algo subentendido nas palavras de Natacha, mas não conseguia entender exatamente o que ela queria dizer. Assim, ele assentiu e disse:

— Tudo bem, eu te levo agora.

E assim, os dois foram até o cemitério onde os pais de Natacha estavam enterrados.

Natacha colocou as flores que comprou no caminho em frente à lápide e ficou em silêncio ao lado de Joaquim. Ela observava discretamente a expressão dele, mas o rosto de Joaquim permanecia inalterado, calmo e sereno.

Natacha não conseguia entender como Joaquim podia ter matado seu pai e ainda assim permanecer tão frio, sem um traço de arrependimento.