Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite! romance Capítulo 795

Natacha olhava para tudo aquilo em estado de choque, como se já tivesse perdido a alma, restando apenas uma casca vazia e sem reação.

— Tudo isso é por sua causa! — Lorena de repente avançou sobre Natacha e deu a um tapa com força nela. Gritando, Lorena continuou. — Por quê? Natacha, me diga, o que a nossa família Nunes te deve? Meu irmão te amava tanto, como você pode fazer isso com ele? Você merecia morrer! Quem deveria ter morrido era você, não ele!

Natacha permaneceu imóvel, sem oferecer resistência às bofetadas e aos insultos de Lorena.

As lágrimas de Natacha caíam uma a uma no chão, como pérolas de um colar arrebentado, enquanto um sorriso amargo aparecia em seus lábios.

Falando consigo mesma, Natacha murmurou:

— Eu também fico pensando... Por que não fui eu quem morreu?

— Então morra, vá morrer agora junto com meu irmão! — Lorena a empurrou em direção à cama de Gabriel, jogando Natacha ao lado do leito.

Natacha sequer ousava levantar o lençol branco que cobria o corpo. Com a voz trêmula, disse a Lorena:

— O Dr. Gabriel morreu me protegendo. Quem deveria ter morrido era eu.

"Se não fosse por ele ter me coberto com o corpo naquele último momento... agora seria eu deitada aqui. Mas... Dr. Gabriel estava bêbado, ele tinha bebido tanto, como ele pôde fazer uma escolha dessas naquela situação?"

Ao lado, Lorena chorava desesperadamente:

— O que meu irmão fez para merecer isso? Nosso pai ainda está no exterior, ele nem sequer pôde ver meu irmão pela última vez. Natacha, como você teve coragem de fazer isso com ele? — E então, tomada pela raiva, Lorena começou a rasgar as roupas de Natacha, extravasando seu ódio. — Eu queria que você morresse também, eu queria te matar!

Joaquim estava parado na porta o tempo todo, sem interferir. Ele sabia que, após uma tragédia como essa, a pessoa que mais sofria, a mais atormentada pelo remorso, era Natacha.

Protegendo Natacha, Joaquim a levou para fora da casa, embora ela já estivesse completamente entorpecida. Mas Natacha afastou bruscamente as mãos de Joaquim e seguiu sozinha pelo corredor vazio.

Joaquim a acompanhava em silêncio, mantendo uma certa distância. Para ele, desde que Natacha estivesse bem, mesmo que só pudesse vê-la de longe, já seria suficiente.

Pouco depois, Natacha entrou no quarto, trancando Joaquim do lado de fora. Logo, se ouviu de dentro um grito rouco e desesperado, acompanhado de um choro angustiante que partia o coração.

Joaquim olhou impotente para a porta fechada. Agora, ele nem mesmo tinha o direito de entrar e consolar Natacha.

Essa situação não só abalou Joaquim profundamente, mas o encheu de arrependimento.

"Mesmo bêbado, Gabriel protegeu Natacha, sacrificando sua vida para salvá-la. E eu? Eu só causei mais dor a Natacha. Se eu não tivesse confiado em Rafaela repetidamente, como ela teria tido a chance de machucar Natacha?"