Sua esposa não é quem você pensa romance Capítulo 1028

Ela tentou falar e chamou roucamente, "Murilo".

Ao ouvir seu nome, o homem apertou os braços ao redor dela, enterrando o rosto em seu ombro enquanto murmurava, "Estou aqui. Estou aqui agora."

Juliana estremeceu ligeiramente e mordeu o lábio enquanto seus olhos ficavam vermelhos. Como isso poderia acontecer? Como as coisas poderiam acabar assim? Eu quase o matei com minhas próprias mãos!

"Não chore, querida", ele disse, com a voz baixa e rouca.

Ele se afastou do ombro dela e seus dedos roçaram ao longo de seu rosto. Com um som rasgante, a máscara facial hiper-realista caiu no chão.

Juliana levantou o olhar. Quando viu o rosto familiar, bonito e diabólico diante dela, as lágrimas que ameaçavam dominar finalmente caíram.

Todo o tempo que ele a conhecia e estava junto com ela, ele nunca a viu chorar e certamente não com tanta angústia.

Era dilacerante vê-la desabar assim. Havia muitas coisas que ele queria dizer a ela, mas não sabia por onde começar.

Ele só podia abraçá-la mais perto, esfregando as costas dela enquanto beijava as lágrimas que escorriam por suas bochechas.

"Não chore, Juliana. Não gosto de te ver chorar", Murilo disse suavemente com sua voz grave. "Quando você chora, é como se alguém estivesse enfiando uma faca no meu coração. Dói ver você assim."

Na verdade, vê-la chorar assim só o fazia sentir menos homem. Ele pensava em todo o perigo que a tinha colocado e se perguntava se era digno do amor dela.

Enquanto isso, Juliana estava angustiada enquanto envolvia os braços em volta do pescoço dele, murmurando entre soluços, "Não deveria ser você. Como você pode estar aqui?"

Ele tinha sido Peter o tempo todo. O homem que ela estava tentando matar era ninguém menos que Murilo.

Ela pensou no que aconteceu no dia anterior - se não tivesse salvo Peter, teria perdido Murilo para sempre.

Ela estava aliviada e devastada ao mesmo tempo - aliviada por tê-lo salvo, mas devastada por ele estar agora em perigo, assim como ela.

Não havia palavras que pudessem descrever como ela se sentia agora.

Quando Murilo viu as lágrimas dela brilharem na penumbra, ele sentiu seu coração doer mais uma vez. Ele segurou o rosto de Juliana em suas mãos e disse firmemente: "Pare de chorar."

Com isso, ele baixou a cabeça. Seus lábios encontraram os dela e ele estava desesperado para beijar sua tristeza.

Ela envolveu os braços em torno de sua cintura e descansou a cabeça contra seu peito; ela estava quieta enquanto ouvia seu coração bater.

Depois de um tempo, Murilo perguntou hesitante, "Juliana, quem te enviou para me matar?"

Juliana pausou por um momento. Quando decidiu que era inútil esconder a verdade dele, respondeu: "Corey."

"Corey?" Ele congelou. "Presidente Corey?"

Juliana levantou e traçou os dedos ao longo de sua mandíbula, assentindo enquanto respondia: "Isso mesmo. O mesmo presidente que lhe deu um presente em sua festa de aniversário de vinte e seis anos. Ele me disse que o Reino Hawke ameaçaria seu poder e ele estava preocupado com as implicações. Além disso, ele atribuiu metade dos direitos militares de Mercadante a você, então concordei em ir na missão como forma de retribuir seu favor."

Então, é isso que está acontecendo, pensou Murilo.

Por um momento, ele ficou imóvel como uma estátua. As peças estavam se encaixando. Não era de admirar que pudessem encontrá-lo mesmo quando ele estava incógnito - afinal, era o Presidente de Mercadante que estava rastreando cada um de seus movimentos e quem mais teria acesso a informações imediatas e precisas além dele?

Mesmo que Murilo tivesse feito o seu melhor para ficar fora do radar, não havia como ele ter evitado ser espionado pelo Presidente.