Noah Walker
Assim que chegamos no restaurante e vi a poça de água no chão, entrei em choque. Tomáz não estava programado para esse mês, era para ele nascer somente na metade do próximo mês. Sentia que meu coração não estava funcionando direito, não conseguia achar soluções lógicas, o medo do que estava para acontecer começou a me atingir.
Se não fosse a minha tia e a Emma acho que não teria saído do lugar com o medo me atingiu, graças a Deus o Mike pegou a chaves e nos levou, não teria condições de dirigir.
As contrações da Emy começaram a ficar muito mais próximas, segurei a sua mão em cada uma que ela estava sentindo. A via se inclinando para a frente e respirando fundo em cada uma delas.
— Acho que não vamos chegar no hospital! — Minha esposa se virou na minha direção com os olhos arregalados e a testa molhada.
— Calma! Já estamos perto… — Digo tentando tranquilizar.
— Não, Noah, ele está vindo… Aiii!!! — Seu grito de dor me apavora com medo de perder algum dos dois dentro desse carro.
— Acelera Mike! — Peço para o meu amigo que estava ultrapassando outros carros que estavam no meio do caminho.
Quando a Emy procurou se acomodar de frente para mim, entrei em panico.
— Amor, não sei fazer isso… — Olhei apavorado para a Emma que apertava a mão da minha esposa.
— Deixe de ser medroso homem, desde os primórdios mulheres fazem isso, você consegue. — Emma diz se divertindo.
— Não estamos na idade das cavernas, o hospital é bem ali e a Clara estará nos aguardando, Tomáz nem está com pressa assim… — Tento argumentar no meio do meu nervosismo.
— Calem a boca os dois, o Tomás está aqui jaaaa… — Ouvimos o seu grito de dor.
Olho para a Emma que estava praticamente de joelhos no banco da frente segurando a mão da minha esposa, que estava de olhos fechados e respirando fundo.
Começo a retirar as sandálias de salto de seus pés, e deixo caído no chão do carro, subo com as mãos por suas coxas e procuro o tecido da sua lingerie para retirá-lo também. Mas quando subo o tecido do seu vestido, percebo que realmente não chegaremos a tempo no hospital.
— Amor, nosso menino está vindo, não sei o que fazer, então vamos nos guiar pelo seu corpo, tudo bem? — Olhei nos fundo dos olhos verdes da minha esposa, que estavam cheios de lágrimas.
— Estou com medo, Noah… — Ela fala em meio as lágrimas, me aproximo do seu rosto e beijo seus lábios.
— Eu também estou, mas iremos fazer isso juntos e faremos dar certo, ok? — Passo confiança para a minha esposa que apenas assente com a cabeça, mas por dentro estava tão apavorado quanto ela.
Já conseguia ver a cabecinha do meu filho, uma penugem no alto da sua cabecinha, começava a ficar emocionado, meu filho nasceria por minhas mãos, seria eu que daria à luz ao meu primeiro menino, não pude estar no da Larissa, mas de agora em diante estaria presente em todos os momentos.
Ajudei em cada uma das contrações que Emy teve, segurei em sua mão em uma que foi mais forte e finalmente conseguia ver o rostinho do meu filho.
— Isso amiga, ele está vindo, respira fundo… — Emma ajudava dando apoio para a minha esposa.
Por sorte hoje estava usando uma camiseta por baixo da camisa social, retirei o terno e a camisa social, teria que servir para manter meu bebê aquecido até chegarmos no hospital.
— Noah tem engarrafamento, não consigo sair dele agora. — Olho para a minha esposa e sorrio para ela.
— Ele quer nascer aqui, vamos trazer o nosso filho ao mundo meu amor? — Ela respirava fundo, trincando os dentes tentando aguentar a dor que estava sentindo.
— Vamos!!! — Minha esposa apoiou seus pés no meu joelho e arrumou uma posição mais confortável. — Noah… Ahhh!!!!
Emy é uma mulher forte, em nenhum momento ela se negou a passar pela situação, ela estava ali dando espaço para o nosso filho nascer, poderia estar implorando para o Mike dirigir mais rápido e furasse os sinais vermelhos, mas não, ela arrumou a sua postura e aceitou que era a hora.
— Acho que a nossa diversão fez ele vir mais rápido. — Digo tentando tirar um sorriso da minha esposa depois de outra contração.
— Ainda bem que fizemos amor, porque agora vai ser quarenta dias sem… — Ela fala rindo e respira fundo.
Vejo-a fechando os olhos com força e trincando os dentes com força, sua testa estava molhada com a força que ela estava fazendo, olho pelas janelas e vejo estarmos nos aproximando do hospital.
Mas o destino não escreveu que o nosso menino nasceria pelas mãos de estranhos, estava escrito que ele viria em minhas mãos, que o seu choro seria tão forte que tiraria lágrimas de todos no carro.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: SUA ESTAGIÁRIA
Muito bom,posta mais...
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