SUA ESTAGIÁRIA romance Capítulo 30

Emily Harris

Enquanto a reunião ocorria normalmente fiquei de olho no celular devido à Larissa, sei que a preocupação do Noah está nesse momento na garotinha, se ele pudesse desmarcar toda a sua agenda para a semana ele faria isso principalmente para conhecer melhor a pequena.

Mesmo ela não sendo a minha filha, fico preocupada que ela fique, mas tempo com uma estranha que com o pai e até mesmo comigo, ela é uma criança amável e pelo pouco que pude conversar com a sua mãe ela fez seu melhor.

Enquanto a reunião estava ocorrendo, um dos investidores que nos fez vir até aqui para que o senhor Walker aprovasse um de seus projetos nos informa que infelizmente o engenheiro responsável pela obra não poderia estar presente, ele havia viajado na semana anterior para analisar os possíveis locais para o resort nas Filipinas e devido o mau tempo não conseguiu voltar para Chicago, mas ele havia enviado todos os relatórios e passado as informações necessárias.

De início o meu chefe não gostou muito da situação e nem o Mike, eles esperavam que o tal homem que ainda não o conheci trouxesse as informações pessoalmente, mas pelo que ele enviou o local é muito bem localizado e suportaria a construção, o problema é conseguir mão de obra especializada e manter os funcionários na região onde ele pesquisou.

— Podemos colocar os funcionários em algum hotel próximo enquanto eles estejam construindo, mas não consigo acreditar que não tenha mão de obra o suficiente para a construção. — Ele fica olhando para as diversas folhas de papel com informação e olha para o Mike.

— Que tal ir dá uma voltinha na Indonésia e descobrir o que pode ser feito por lá? — Vejo o Mike coçar a cabeça e percebo que ele não estava com muita vontade de ir, mas aceita ao pedido.

Quem é o louco que recusa ir dar uma voltinha naquele paraíso, iria sem pensar duas vezes, isso podem ter certeza, uma pequena risada aparece em meus lábios e constato que meu chefe avistou o esboço de um sorriso, volto para minha postura seria.

Assim que a reunião termina, fico para trás esperando que a Emma organize suas coisas e possamos ir para um café que fica no prédio, Walker e Mike já estavam indo conversar de portas fechadas com o CEO da construtora, mas antes ele me para e me olha com aquele olhar sedutor que me deixa molhada e com vontade de entrar no banheiro e deixar que ele possua me fazendo dele mais uma vez.

— O que achou engraçado, senhorita Harris? — Ele fala tão próximo que achei que fosse me beijar, tento controlar meus pensamentos pecaminosos e respondo tranquilamente.

— Apenas que não iria pensar duas vezes em ir conhecer a Indonésia. — Seguro outra risada e olho para o Mike que rir sem vergonha alguma.

— Quer ir conhecer a Indonésia Emy? — Percebo que ele muda a sua postura e fala com mais carinho comigo.

— Claro, nunca sai do país ir conhecer aquele paraíso seria um sonho para mim. — Ele me faz um carinho com a ponta dos dedos no meu rosto.

— Então se organize, iremos conhecer as Filipinas. — Me assusto com o que ele fala e antes que fale algo, ele me beija na frente de todos que nos olham surpresos.

— Sabe que não podemos. — Falo um pouco mais baixo para não chamar mais atenção ainda.

— Claro que sim, mas tarde falo com a Maribel e converso com ela sobre isso. — Assinto e chamo a Emma.

— Estaremos no café no hall de entrada, manda mensagem e nos encontramos. — Ele confirma com a cabeça e entra na sala conversando com o Mike.

Emma vem andando ao meu lado e falamos sobre a reunião e tomamos cuidado para não falar nada que possa servir para prejudicar a nossa empresa, entramos no elevador e descemos até a cafeteria que tinha algumas janelas que dava para a rua.

— Emy, o Mike me chamou para ir com ele, acho que esses homens pensam que não temos compromissos ou responsabilidades. — Ela fala pensativa com sua xícara de café nas mãos.

— Acabei de falar para o Noah que seria um sonho ir, ele disse que providenciará nossa ida, mas me preocupo em como iremos se agora ele tem aquela pequena situação. — Sorrio com carinho ao me lembrar da pequena que me chama de mamãe.

— O que você está achando de tudo isso, digo até ontem você não sabia se queria aprofundar essa relação, no fim da noite estava sendo chamada de mãe por uma garotinha. — Ouço tudo o que ela me diz com atenção, olho para ela e apenas suspiro.

— Acho que a Lari apareceu para que mergulhe de cabeça na profundidade desse relacionamento, ele tem insistido que pense sobre isso. — Ela me olhava com atenção enquanto estava misturando a sua caneca de cappuccino.

— Também acho isso, e para te ser sincera acho que é dele, olha as semelhanças. — Começo a rir e concordo com a cabeça.

— E não é só isso, ela tem as mesmas manias, a forma de dormir, o jeito como segura as coisas, o olhar intenso, também não acredito que seja necessário o exame. — Ela concorda e beberica o seu café. — Emma e como vocês dois estão. — Ela suspira toda apaixonada.

— À minha amiga. — A carinha de apaixonada dela é a melhor. — Estávamos combinando de ir para casa nesse fim de semana para ele conhecer nossos pais e passar pela sabatina do senhor Scott e senhor Harris. — Começo a rir dela, porque meu pai sempre está envolvido com tudo da família Scott.

— Será que o Mike sobrevive a tia Sarah? — Dessa vez não consigo conter o riso e nem ela.

— Espero que sim, depois de tudo o que aconteceu. — Ela suspira entristecida, ponho minha mão sobre a dela.

— Emma, porque você não a procura, talvez ainda esteja no sistema… — Ela nega com a cabeça.

— Ela é linda, Emy, nunca que ficaria esperando anos para adoção e já pensei, sim, em procurar ela, mas tenho medo que ela não entenda o que aconteceu. — Me aproximo e abraço a minha amiga.

— Saberemos se a procurar, se quiser fazer isso estarei ao seu lado como foi no primeiro dia e vi o quanto foi forte para trazer ela ao mundo e principalmente para dar uma chance a ela de uma vida melhor. — Seus olhos se enchem de lagrimas e trato de secá-las.

Ficamos conversando sobre algumas coisas até que meu celular começa a vibrar e confiro a quantidade de mensagens que havia chegado, me assusto porque nunca fui tão requisitada assim e me lembro do meu pai e da Mady que ainda estão esperando a decisão do agente da imigração para que ela possa viver tranquila na cidade.

Abro a primeira mensagem e reconheço o número da Maribel.

MARIBEL: Olá, Emily, sei que o Noah disse que ia trazer a Larissa hoje no fim da tarde, mas quero conversar com você um pouco antes, acha que poderia me encontrar?

Olho para a minha amiga e mostro para ela a mensagem e fico preocupada, sei que ela não estava bem.

— Emy, acho melhor ir ver o que é, talvez ela esteja olhando para a luz. — Reviro os olhos para o humor na minha amiga que começa a rir do meu lado.

MARIBEL: Depois que saíram, passei um pouco mal e o William me trouxe até o hospital que fica no centro, aquele próximo ao shopping.

Fico olhando para a Emma que já puxa a carteira e deixa uma nota de 50 dólares na mesa e começa a me puxar para ir ao encontro da Maribel, fico preocupada com o Noah, mas assim que ele me ligar aviso ele que estamos no hospital.

Vamos andando mesmo, o hospital fica somente a duas quadras e até conseguir um táxi e ele enfrentar todo esse trânsito já teríamos chegado se tivéssemos ido a pé.

Quando chegamos até a recepção do hospital encontro o William com uma fisionomia de cansado e surpreso por me ver ali apresento ele a minha amiga e nos cumprimentamos.

— O que houve, ontem quando a vimos ela estava cansada, mas não parecia que estava tão ruim. — Ele desaba na cadeira e põe a mão em seu rosto e começa a chora.

— Quando a conheci ela era totalmente diferente, sabe, era egoísta, fútil, uma mulher desprezível, quando começou a me conhecer e ver que a vida pode sim ser melhor do que toda essa vida de luxo que ela sempre viveu, então ela se aventurou e se transformou completamente, em uma mulher linda de um coração nobre se dedicou a ajudar as pessoas na busca de se perdoar pelo que fez. — Ele enxuga as lagrimas e volta a me olhar.

— Quando começamos a nos relacionar ela estava grávida de quase oito meses, ela já havia decidido em nunca esconder a verdade da Larissa, aprendi a idolatrar a minha esposa e ver ela morrer assim tão nova está sendo muito difícil para mim. — Me sento do seu lado e ponho a mão na dele.

— O que houve, ela me ligou e pediu para vir aqui, estava em uma reunião, mas cedo com o Noah. — Ele concorda com a cabeça.

— Ela está indo, chegou o momento dela. — Me assusto com o que ele me diz.

— Não pode ser agora, preciso trazer a Larissa aqui para que ela se despeça da mãe. — Meu coração se parte, porque sofri muito quando não pude me despedir da minha mãe.

— Ela não quer Emily, já tentei falar com ela e não aceitou. — Olho para minha amiga que parecia tão abala quanto eu.

— Como posso falar com ela, talvez ela me escute… — Ele apontou para uma das enfermeiras, que começou a vir onde estávamos.

— Você é a moça que a senhora Franklin aguarda? — Confirmo com a cabeça e começo a seguir a moça que me mostra o caminho até onde ela estava internada.

Me assusto assim que passo pela porta do seu quarto e a vejo em um estado tão triste, conectada em vários aparelhos, com inúmeros dispositivos conectados ao seu corpo tão debilitado, não deveria estar aqui, deveria ser o Noah, eles precisam ter a sua última conversa, e como penso que é o certo a fazer.

EMILY: Assim que terminar a sua reunião me encontre no hospital aqui do centro, Maribel não está bem, não fale ainda com a Larissa.

Devolvo meu celular para a bolsa e me aproximo dela, que me dá um sorriso fraquinho, quase como se estivesse tentando esconder a dor que deve estar sentindo.

— Preciso pedir uma coisa a você Emily… — Sua voz sai fraca, mas seu pedido me chama atenção.

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