Sua por contrato romance Capítulo 37

Camila Silva

DOIS DIAS DEPOIS

Seguro Ana no meu colo, andando com ela para o jatinho dos Salvatore. A pequena não para de falar um segundo sequer, totalmente impressionada com o tamanho do avião e o quanto ele é belo.

Quando entramos, até eu fiquei admirada. É um luxo completo, tendo sofá, poltronas e até mesa para as refeições. Acomodou todos nós perfeitamente, de modo que ninguém ficou desconfortável e sobrou espaço.

Que o lindo loiro é rico eu já sei, mas não tenho noção do quanto. Na maioria das vezes que saímos juntos eu percebi isso. Coisas que para mim são absurdas de caro, ou totalmente extraordinário, para eles são normais. As diferenças dos nossos mundos acabam se evidenciando.

Passamos esses últimos dois dias arrumando tudo para a viagem. Eu continuo sem saber para onde vamos, os únicos que sabem são sua família, com exceção de Madu. Se ela soubesse teria me contado, então Ethan preferiu não contar para manter a surpresa. Pelo que entendi, seu pai o ajudou a preparar tudo, assim como Scarlet.

Eu aproveitei para lavar todas as minhas roupas, vou continuar usando a mesma mala. Desde pequena repito roupa, não vou mudar isso agora. Ajudei os meus familiares a comprar umas peças novas e bagagens boas, tivemos um dia no shopping que foi bem divertido.

Ofereci-me para ajudar Ethan, mas ele disse que a minha função é aproveitar cada segundo. Até tentei o convencer do contrário, mas o homem é teimoso. Já perdi a conta de quantas vezes o agradeci, enchendo de amor e carinho. Dessa última parte ele até gostou.

__ Princesas da minha vida.— Ethan senta ao meu lado em uma das mesas que tem aqui. São duas, uma de cada lado.

__ Eu sou sua princesa, tio?— Vai para o colo dele.

__ Claro que sim, meu amor. Você e a Madu são as minhas princesas, a sua tia é a minha rainha.

Foca o seu olhar em mim por alguns segundos, demonstrando todo o seu amor. Aproximo o meu rosto do seu, deixando um selinho rápido em seus lábios apenas para afirmar que sinto o mesmo por ele.

__ Vocês são tão lindos.— Os olhinhos da minha menina brilham.— Eu posso ser daminha do casamento?

Um nó se formou na minha garganta, as palavras fugiram da minha boca. Ainda assim, abri os lábios para tentar responder, mas os fechei logo em seguida sem a menor ideia do que falar. Não quero falar a verdade, até porque ela nem entenderia. Ao mesmo tempo, parece ser extremamente errado mentir, principalmente por ver o quanto ela quer isso.

__ Com toda certeza, princesa. Vai querer jogar as flores para sua tia passar, vir antes dela ou levar as alianças?— Ethan responde por mim.

__ As flores.— Sorrir sem precisar pensar.— Eu quero ver a sua reação quando ver a minha titia, com o vestido de rainha, caminhar até você.

Céus, eu também quero isso. Quero vê-la vestida de daminha, com o vestido bufante que tanto ama, toda máquina e com o cabelo penteado. Ana, assim como todas as mulheres lá de casa, é extremamente vaidosa. Ela gosta de se cuidar, de se sentir bonita.

Se tivesse a chance de crescer, tenho certeza que seria uma mulher linda e muito bem cuidada. Os homens ficariam loucos por ela, porque a beleza puxaria da nossa família. Não sei se faria o tipo romântica, sonhadora ou pegadora. Qualquer que fosse, iria a apoiar.

Sinto os meus olhos se encherem de lágrimas e viro o meu rosto para janela, evitando que ela me veja chorar. É tão ruim saber que nada disso passará de lindos sonhos que a vida roubou. Em breve ela partirá sem ter vivido muitas coisas, sem ter realizado a maioria de seus sonhos. Porra, nem uma década de vida ele terá a oportunidade de completar.

__ Mal posso esperar por esse momento.— Ethan.

__ Eu aposto que você vai chorar.— Fala com a sua voz doce.

__ E o que vamos apostar?

__ Um sorvete de chocolate.

__ Apostado, então.

Escuto a gargalhada da minha pequena preencher todo o ambiente, a mais linda melodia. Passo o dedo por debaixo dos olhos, secando os vestígios de lágrimas, voltando a minha atenção para eles.

__ Que risada mais gostosa.— Minha sogra comenta de forma divertida, sentando-se, acompanhada do meu sogro, à nossa frente.

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