Te Quero de Volta romance Capítulo 258

Stella amava Adrian mais do que a própria vida, e o filho confiava muito nela. O menino era como um pedaço de madeira que ela encontrou enquanto estava boiando no meio do mar, à deriva. A mulher o segurava com unhas e dentes porque ele era muito importante para ela; se o soltasse, ela sabia que se afogaria.

Quando RK voltou para a mansão dos Kingston, sentiu que a vida estava mais difícil do que o normal nos últimos dias.

Stella ter retornado lhe trouxe problemas. Problema tão grandes que nem mesmo ele era capaz de resolver. Pela primeira vez, o homem se sentiu impotente. Ele nunca havia compreendido o quanto era insignificante no grande esquema das coisas.

Porém, o mais importante era que seu coração, antes sem vida, parecia ter voltado a bater de novo.

Ele havia revivido? Ou seria mais apropriado dizer que agora o homem era um morto-vivo?

RK não sabia, mas essa nova vida, confusa e passageira, fazia-o pensar que talvez as coisas não fossem tão ruins assim.

Quando ele estava prestes a ir dormir, ouviu alguém batendo na porta. Assim que a abriu, sentiu o corpo de Sophia cair sobre o dele. A despeito do cheiro nojento de álcool, ele a ajudou a entrar.

"Você não acha que bebeu demais?", perguntou RK, franzindo a testa enquanto a colocava no sofá.

"Rene, sabia que eu sonhei com você ontem à noite?", perguntou a mulher completamente bêbada. "Sonhei que você e a Stella se casaram de novo. Vocês quatro formaram uma família e estavam tão felizes..."

"O que você tem? Acha que é bom ficar vindo aqui depois de beber?" RK sabia que Sophia estava lá para atazaná-lo por causa de Stella de novo, e isso o deixou bastante irritado.

"Não, Rene, eu tô perfeitamente bem! Não tô nem um pouco bêbada..." A mulher estava deitada no sofá, com os olhos fechados. As lágrimas escorriam deles lentamente. "Eu vejo como você mudou. Sei que mudou de ideia. Você não é mais o mesmo de antes... Você não gosta mais de mim!"

"E você? Você não mudou?" RK achou as acusações dela engraçadas. Nesse momento, decidiu sentar-se e conversar pacientemente com ela. "Você costumava ser gentil e generosa, mas e agora? Acha que não sei o que você anda fazendo?"

"Não, eu não mudei, é só que... tava com medo que você fosse me deixar. Eu fiquei com medo que você... gostasse mais da Stella do que..." A mulher começou a soluçar, e as lágrimas não demoraram para arruinar a maquiagem dela. Agora, ela parecia um palhaço triste.

"Medo? Parece que não mereço a sua confiança." RK sorriu. Era a primeira vez que ele conversava com ela com tanta sinceridade desde que se divorciou de Stella. "Pra falar a verdade, não gosto mais de você, Sophia."

Chorando copiosamente, a mulher gritou: "Eu sei! Você gosta da Stella, né?"

"Isso não tem nada a ver com ela." RK olhou para o céu estrelado do lado de fora da janela e ficou em silêncio por um momento, antes de continuar. "É só que não gosto quando não posso confiar em alguém. Você arma pros outros, arruma briga e xinga todo mundo, Sophia."

A mulher não o refutou, apenas continuou soluçando de tristeza.

"Apesar disso, ainda vou me casar com você."

Mas por quê? A vítima do acidente de carro não tinha sido a própria Sophia? Por que as coisas tinham acabado assim? Ela não entendia. Por que o fato de Stella ter se casado com Rene fez com que tudo acabasse desse jeito?

Como se pudesse ver a dor e a persistência no olhar da mulher, RK enfim a ajudou a entender: "Não tô fazendo isso por causa de ninguém. Mesmo se não tivesse me casado com a Stella naquela época, ainda teria parado de gostar de você. Isso só tem a ver com a gente. Não é culpa de mais ninguém, então não quero que você tente se vingar dos outros. Se quiser vingança, que seja de mim. Pode ficar à vontade pra resolver isso comigo".

Sophia deu um sorriso amargo e pensou: 'Ele ainda tá tentando proteger a Stella, né?' Mesmo assim, ela não queria desistir.

"Não vou te obrigar a se casar comigo. Se não for você, vai ser outra mulher. Pensa nisso e me dá uma resposta." RK foi direto. Ele não só a rejeitou, como a colocou na mesma categoria de uma mulher qualquer.

Era um amor tão antigo, mas que havia mudado com tanta facilidade.

Sophia se levantou do sofá e cambaleou até a porta, segurando a bolsa. No momento em que colocou a mão na maçaneta, virou-se e sorriu para RK, como sempre fez no passado.

"Eu sei, Rene." A mulher sorria, mas ainda chorava. "Você não gosta mais de mim. Você sempre teve a mesma atitude em relação às pessoas de quem não gosta."

"Não foi você que mudou; fui eu."

Por fim, ela abriu porta, enxugou as lágrimas e saiu correndo o mais rápido que pôde.