Te Quero de Volta romance Capítulo 31

Adrian estava vestindo um pijaminha fofo de crocodilo. Como tinha acabado de se esfregar contra o braço da mãe, o chapéu estava quase saindo da cabeça dele. Enquanto o menino se dirigia à porta, a cauda também se mexia atrás dele.

Nesse momento, ele estava muito fofo.

Adrian estava prestes a encostar o banquinho na porta para ver quem estava lá fora quando ouviu uma voz masculina e grossa.

"Adrian... Sou eu, o tio Tristan."

"É o tio da cara feia."

Tristan estava esperando do lado de fora quando ouviu os passos da criança lá dentro, entendendo que era Adrian quem tinha vindo abrir a porta.

Ele também o ouviu mexer o banquinho.

Como não queria deixar a criança ficar mexendo coisas para lá e para cá, resolveu falar com ele.

O que não esperava era que o menino lembraria dele como o "tio da cara feia".

Ele quase achou essas palavras engraçadas e sorriu.

Devia ser a primeira vez que ouvia alguém chamá-lo disso.

O homem pensou que devia ser porque ele saiu ontem à noite com uma expressão de frieza no rosto, sem dizer nada. A criança devia ter se assustado com o comportamento dele.

Ele sabia que aquele era o filho de Stella. Porém, ainda assim, o homem não queria aceitar o fato de que a mulher e RK haviam tido um filho juntos.

Contudo...

Quando pensava em Stella, Tristan não sabia por que, mas ficava com vontade de se aproximar da criança, como se não conseguisse evitar isso.

Foi por isso que, quando falou outra vez, a voz dele tornou-se mais gentil, e ele disse: "Adrian, eu sei que a culpa foi do tio ontem à noite. Eu te assustei e sinto muito. Por favor, deixa eu entrar".

"Hunf."

Assim que ele terminou de falar, ouviu a criança bufar com frieza lá de dentro.

Adrian espiou pela fresta da porta e disse: "A mamãe disse que não quer te ver. Também falou pra não deixar você entrar".

Tristan se sentiu envergonhado.

Mesmo assim, o homem não demonstrou nenhuma emoção, apenas continuou: "Bom, posso te ver, então? Quero pedir desculpas. Sei que te assustei ontem à noite. Olha, até comprei café da manhã pra você e pra sua mãe. Tenho certeza que vocês dois ainda não comeram, certo?"

Adrian ouviu o que ele disse e ficou pensativo.

Parecia um bom negócio.

Alguém que o visse assim não acreditaria que ele era o mesmo homem que foi embora ontem sem falar nada.

O menino bufou de novo e mexeu o banquinho em direção à porta para olhar pelo olho mágico.

Como esperava, ele viu Tristan do lado de fora, segurando duas sacolas marrons.

O homem pareceu notar que alguém estava olhando pelo olho mágico e ergueu as duas sacolas.

Era como se estivesse se exibindo.

Isso fez com que Adrian se sentisse constrangido.

O menino fez beicinho e disse: "O que você comprou pro café da manhã? Não vou deixar você entrar se não tiver comprado o que eu gosto".

A criança parecia ser exigente.

Mas Tristan não ficou irritado ou com raiva. Ele até cooperou com a criança e mostrou-lhe tudo o que havia trazido.

O homem explicou: "Eu comprei Samosa, hambúrguer, macarrão e chole bhature, que a Stella gosta de comer".

Ele havia trazido várias coisas.

Adrian quase começou a babar depois de ouvir isso.

Além do mais, o menino ficou surpreso ao ver que esse moço sabia o que a mãe gostava de comer. Ele relaxou bastante.

E o mais importante...

Tristan também comprou o que ele gostava de comer: samosa, hambúrguer, macarrão.

Adrian ainda não havia aberto a porta mas jurava que sentia o cheiro da comida do outro lado...

Médicos deveriam dar muita importância a uma dieta balanceada. O homem era um, então como podia estar deixando a criança comer Samosa logo cedo? Ele nunca tinha comido algo do tipo a essa hora.

No passado, quando Stella morava com a família Richard, ela não recebia mesada. Tristan não sabia quando começariam a dar dinheiro para ela. Sempre que a mulher queria comer algo assim, era ele quem pagava por ela.

Quando as outras pessoas viam isso, ficavam com ciúmes dela por ter um irmão tão bom. Mas tudo saía do dinheiro dele.

No final, Stella parou de comer essas coisas. A mulher não tomava mais nem refrigerante.

Samosa e hambúrguer? Essa era uma oportunidade de ouro. O menino não podia deixá-la passar tão fácil.

Normalmente, era a mãe que fazia hambúrgueres para ele, mas ela não colocava muitos temperos. Não tinha o mesmo gosto do fast-food.

Adrian lentamente abriu a porta para ele, mas não a abriu por completo, apenas o suficiente para vê-lo sem que ele pudesse entrar.

Stella nunca o deixava comer nada assim. Somente quando ela comprava algo para si e ia lavar as mãos, o menino pegava um pouco em segredo para experimentar.

E agora, com a comida favorita diante de si... Como ele poderia abrir mão dessa chance?

Adrian olhou para Tristan e disse: "Tá, é só colocar a comida na mesa, perto da despensa, e ir embora... Aí, eu te perdoo".

Tristan olhou para ele e sorriu.

Esse menino esperto não queria perder de jeito nenhum.

O homem não discutiu com a criança e fez o que ela disse. Tristan entrou, colocou as sacolas de comida na mesa perto da despensa e saiu da casa.

Mas ele não foi a lugar nenhum, apenas se escondeu em um canto, onde Adrian não podia vê-lo.

Depois de esperar por cinco minutos, quando Adrian não podia mais vê-lo e achou que o homem já tinha de fato saído, ele abriu a porta rápido e foi pegar a comida.

O menino nem se deu ao trabalho de calçar os chinelos.

Ele estava babando em cima da comida.

Tum, tum...

De repente, Adrian parou.

Stella sentiu que o menino estava sendo formal demais...

Tristan tinha um leve sorriso no rosto, o que o fazia parecer gentil e caloroso. Mas era um sorriso indiferente, e não dava para saber se ele estava feliz ou não.

O homem colocou Adrian no sofá e disse: "Esqueci a minha carteira aqui. Voltei pra pegar ela e aproveitei pra trazer o café da manhã".

O menino foi colocar a comida na mesa e ouviu a conversa dos dois. Ele pensou que Tristan não voltaria mais para a casa deles, então tinha escondido a carteira.

A vontade era de não devolvê-la, pois ele ficou um pouco tentado após ver tanto dinheiro.

"Carteira? Não vi nenhuma carteira."

Stella não sabia do que ele estava falando.

Ela procurou a carteira dele no quarto dela e não encontrou nada.

Tristan olhou para a criança, que estava sentada à mesa, fingindo comer, e disse: "Eu dei ela pro Adrian. Ele deve saber onde tá."

Nesse momento, os dois adultos olharam para Adrian ao mesmo tempo.

Nessa situação, Adrian não teve escolha a não ser ir para o quarto e pegar a carteira.

Mas, antes de devolvê-la para Tristan, o menino pegou um pouco de dinheiro e disse com inocência: "Eu fui abrir a porta pra você descalço, então posso pegar isso como recompensa, certo?"

"Não. Você não pode pegar o dinheiro dos outros."

Ao ver isso isso, Stella não hesitou nem por um segundo e tirou o dinheiro e a carteira da mão do filho.

Depois, devolveu-os a Tristan e disse: "Pega. O Adrian não tem noção ainda, então não liga pra ele".

"Tudo bem."

Em seguida, Tristan estendeu a mão e acariciou Adrian, que estava parado na frente dele. Ele pegou um pouco de dinheiro e disse: "Tá tudo bem. É a primeira vez que venho te visitar e não tive tempo de trazer nenhum presente pra você. Então, vou te dar um pouco de dinheiro pra comprar o que quiser".

Não era "um pouco de dinheiro".

Tristan tirou tudo o que havia na carteira dele.

Adrian viu quanto dinheiro estava para ser colocado em suas mãos quando, de repente, foi puxado pelo gorro de crocodilo.

Stella o havia puxado para trás.

"Imagina. Crianças não precisam de dinheiro."

Após dizer isso, Stella olhou para Adrian, que estava ao lado dela. Ela o encarava como se quisesse dar-lhe umas palmadas.

Adrian tinha medo da mãe, então, no final, não ganhou nem um tostão.

Depois disso, Stella voltou ao banheiro para lavar o rosto e escovar os dentes. Na ausência da mãe, Adrian abraçou a perna de Tristan e lançou-lhe um olhar de cachorrinho pidão antes de falar: "Sr. Davis, o aniversário da mamãe tá chegando. Eu quero dar um presente pra ela, mas ela não me dá mesada. Você pode me emprestar dinheiro? Quando eu crescer, juro que te devolvo".

O homem olhou para ele e sorriu.

Dessa vez, ao dar o dinheiro para o menino, ele disse: "Eu também quero comprar um presente pra Stella, então a gente pode ir junto".

"Pode ser!"

Adrian assentiu repetidamente. Em seguida, pegou o dinheiro de Tristan e o guardou com segurança no bolso.