Te Quero de Volta romance Capítulo 45

Se ambos tivessem salvado o contato um do outro e Adrian conversasse com RK em segredo...

Então...

Stella sabia que, nesse caso, estaria perto o dia em que ele descobriria tudo.

Não, ela não podia deixar isso acontecer!

Adrian sabia muito bem qual era a intenção da mãe.

Ela não queria que ele se aproximasse daquele tio, nem que conversasse com ele. Ela devia estar pedindo o celular dele para excluir de lá o número do homem.

Adrian ergueu a cabeça e olhou para ela, com a expressão mais genuína e sincera que ela já viu no rostinho dele.

"Mãe, eu passei o meu celular pra ele, mas ele não passou o dele pra mim."

O menino falava com inocência. Era como se tivesse entendido o motivo de Stella ter pedido o aparelho.

Ele acrescentou: "Nesse caso, não tem motivo pra eu não poder usar meu celular, já que não tenho o número dele".

Stella olhou para o rosto do filho e viu a honestidade nele, então concluiu que não havia nada de errado.

Portanto, não checou o celular dele.

De qualquer forma, se Adrian não tinha o número do homem, a iniciativa dependia só de RK.

"Deixa pra lá. Adrian, só não esquece de ficar longe daquele tio."

"Por quê?"

O menino estava perplexo. "Mamãe, parece que ele gosta muito de você. Ele até te chamou pelo nome."

Stella beliscou o narizinho dele e disse: "Você ainda é novo, então não entende como funciona a relação entre dois adultos. Tá ficando tarde, vai pra a cama".

Por ter passado tanto tempo conversando com RK, Adrian se sentia energizado. Apesar de estar tarde, ele não tinha sono.

Por isso, o menino aproveitou a oportunidade para fazer todas as perguntas que queria. "Mãe, por que você não quis falar pra ele que eu sou o seu filho? Você não me ama mais... Deve estar achando que vou te atrapalhar, então não quis contar pra ele que tem um filho, né?"

Adrian continuou: "Você também gosta dele, certo? E acha que, depois de contar pra ele sobre mim, ele não vai mais gostar de você, né? Então deve gostar dele..."

O pequenino estava pensando alto.

Por um momento, Stella não soube o que dizer. Ela não sabia explicar para a criança a relação complicada que tinha com o homem.

Na verdade, ela não queria que o precioso filho se envolvesse no problema dos dois adultos.

Então, Stella pegou no colo o menino tagarela e o levou até o quarto dele.

No caminho, ela o avisou: "Não faz tanta pergunta. Só não esquece que você não tem permissão pra se encontrar ou conversar com ele! Senão vou ficar brava!"

"Mamãe, como você pode falar uma coisa dessas? Você não tem consciência."

Adrian mexeu as perninhas e a culpou. "Não acredito que tô ouvindo isso. O tio arriscou a vida dele pra te salvar, mas você continua falando mal dele. Como pode ser tão má e sem coração?"

O menininho falava em um tom elegante, que não condizia com a idade dele.

Além disso, estava muito sério. Portanto, quando ele falava, era muito engraçadinho!

Stella não deu muita atenção ao que o filho estava dizendo. Ela colocou o pequenino na cama macia, apagou as luzes e fecha a porta, deixando-o sozinho lá dentro.

No quarto escuro, Adrian sentiu a dor de ser abandonado e ignorado.

'Mamãe chata! Ela não gosta mais de mim. No futuro, quando se casar com o tio, vai esquecer de mim, não vai?'

E se ela e o tio tivessem outro filho?

Nesse caso, seria pior ainda para Adrian!

Ahhh! O mundo era um lugar tão frio e solitário!"

****

Na manhã seguinte, no edifício do Grupo RK...

Após ter problemas com a equipe do departamento de projetos, Stella tinha sido nomeada como secretária do presidente.

Em um instante, ela foi tirada do cargo anterior e colocada na secretaria.

O lugar ficava ao lado do escritório do CEO. A secretaria ficava ali para que o contato com o presidente se tornasse mais conveniente e para que as secretárias chegassem a ele o mais rápido possível.

Stella tinha muito mais liberdade na secretaria do que no departamento de projetos. Ou seja, lá, ou ela estava completamente livre, ou não tinha muito para fazer.

No entanto, ninguém queria conversar com ela ali.

Pelo menos, depois que Stella foi transferida para lá, não ouviu ninguém falando sobre ela. Ainda assim, a mulher tinha a sensação de que estava sendo observada por um grupo de pessoas.

Toda vez que ia fazer alguma coisa, notava que várias mulheres a encaravam!

"Stella, estes são os documentos que o presidente precisa assinar hoje. Vá entregá-los no escritório dele!"

Ela havia acabado de colocar a bolsa na escrivaninha e estava prestes a se sentar quando a secretária-chefe se aproximou e colocou a pilha de documentos na mesa dela.

Assim que terminou de falar, a chefe saiu sem esperar uma resposta.

"Ei, Stella!"

Uma pessoa que estava sentada ao lado da mesa deladeu um tapinha em seu ombro e disse: "Ouvi dizer que você tem um caso com o presidente. É verdade?"

Quem fez a pergunta foi uma mulher com maquiagem pesada.

Ela parecia a representante de todas na secretaria, porque, assim que fez a pergunta, as outras mulheres se viraram para ouvir a resposta. Parecia que todas queriam saber. Elas se aproximaram e se reuniram ao redor dela.

Stella ficou com vergonha e disse: "Do que você tá falando? Que absurdo".

"Como, 'absurdo'? Todo mundo na empresa sabe que você tem um caso com o presidente! Da última vez que fizeram bullying com você, ele não te ajudou, te transferindo direto pra secretaria? Se você não tivesse um caso com ele, por que ele se meteria na sua vida?"

"Sim, se for isso, pode contar pra gente. Nós prometemos que não vamos falar pra ninguém."

Stella ficou sem palavras.

Elas não contariam a ninguém?

Stella ficaria muito surpresa nesse caso.